Um relatório paralelo apresentado nesta quarta-feira (17) pela oposição, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, pede a investigação civil da presidente Dilma Rousseff e de outras 38 pessoas citadas no caso de lavagem de dinheiro e cobrança de propina na estatal. Além disso, o texto elaborado pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), sugere o indiciamento de 61 investigados, entre ex-diretores de petroleira, parlamentares e donos de empreiteiras.
"A Petrobras foi, sim, objeto da sanha de um partido político (PT) que, associado a alguns parlamentares de outras duas agremiações, mas particularmente o PP, ao longo desses últimos dez anos, só fez engendrar mecanismos criminosos para manter-se no poder, não importando o custo de tal empreitada", afirmou Sampaio no relatório de 184 páginas. O texto irá a voto junto com o parecer retificado pelo relator da CPMI, deputado Marco Maia (PT-RS), quando encerrar a ordem do dia na Câmara.
De acordo com a oposição, Dilma deve ser investigada civilmente "em razão de sua omissão na tomada de providências para proteger o patrimônio da Companhia, notadamente quando do episódio do veto às ressalvas feitas pelo TCU e pelo Congresso Nacional quanto à obra de Abreu e Lima em 2009". Na época, a hoje presidente da República era ministra da Casa Civil e presidia o Conselho de Administração da Petrobras. A investigação civil se difere da criminal no tipo de sanções e punições aplicadas.
Entre os indiciamentos, estão o da presidente da Petrobras, Graça Foster, e do diretor de Abastecimento, José Carlos Cosenza, pelos crimes de falso testemunho e de prevaricação. Na visão da oposição, eles "negaram a verdade nos depoimentos que prestaram a esta CPMI, além de não terem tomado as providências que lhes competiam para evitar que o dano à Petrobras fosse potencializado, com o passar dos anos".
Entre os indiciamentos, onde são pedidas investigações criminais, estão os ex-deputados André Vargas (sem partido-PR) e Mário Negromonte (PP-PA), o deputado Luiz Argôlo, o doleiro Alberto Youssef, os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Nestor Cerveró. Entre as investigações sugeridas estão dos senadores Gleisi Hoffman (PT-PR), Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e Humberto Costa (PT-PE), o ex-deputado João Pizzolatti (PP-SC) e o ex-senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), morto em março de 2014.