Pacheco diz a Lula que base do governo no Senado é 'bem apertada' e 'fragmentada'

Presidente do Senado também disse que ligou para o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, pedindo desculpas por não tê-lo citado durante a promulgação da reforma tributária

22 dez 2023 - 16h30
(atualizado às 17h48)
BRASILIA DF NACIONAL SESSAO CONGRESSO NACIONAL 19-12-2023 Plenv°rio do Senado Federal durante sessv£o deliberativa extraordinv°ria. Na pauta, duas medidas provisv=rias: a MP 1.185/2023, que altera a tributavßv£o de incentivos fiscais e a MP 1.187/2023, que cria o Ministv©rio do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. vÄ mesa. presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), conduz sessv£o. Foto: Roque de Sv°/Agv?ncia Senado
BRASILIA DF NACIONAL SESSAO CONGRESSO NACIONAL 19-12-2023 Plenv°rio do Senado Federal durante sessv£o deliberativa extraordinv°ria. Na pauta, duas medidas provisv=rias: a MP 1.185/2023, que altera a tributavßv£o de incentivos fiscais e a MP 1.187/2023, que cria o Ministv©rio do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. vÄ mesa. presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), conduz sessv£o. Foto: Roque de Sv°/Agv?ncia Senado
Foto: Roque de Sá / Agência Senado / Estadão

Ao fazer um balanço do ano, nesta sexta-feira, 22, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), avaliou que a base do governo na Casa é "bem apertada" e disse que a oposição é "relevante".

O parlamentar também afirmou que a falta de menção ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, na promulgação da reforma tributária foi um "ato falho" e não algo proposital Padilha é o responsável pela articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso, e tem recebido críticas.

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O peso da oposição foi exposto já no começo do ano, quando o presidente do Senado disputou a reeleição no cargo. Ele obteve apoio do governo e 49 votos, mas viu seu principal adversário, o senador Rogério Marinho (PL-RN), ser endossado por 32 senadores. De acordo com Pacheco, a disputa foi nacionalizada e virou parte da polarização entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O Senado, de composição mais conservadora, também está a frente de movimentos como enfrentamento ao Supremo Tribunal Federal (STF. Foi a Casa que aprovou emenda para limitar decisões isoladas de ministros da Corte contra projetos aprovados no Congresso.

"(A base do governo) é bem apertada, disse (isso) ao presidente Lula", contou Pacheco, durante um café da manhã com jornalistas na residência oficial. Na visão do senador, o placar apertado da aprovação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF) mostrou uma base "fragmentada". A indicação do ministro da Justiça para a Corte passou com 47 votos a favor e 31 contra.

Com a base "bem apertada", a aprovação de projetos do governo depende da matéria. "Há um centro que ora vota com a oposição, ora vota com o governo", afirmou o presidente do Senado.

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Ele disse que fez apelos a vários senadores pela aprovação da Medida Provisória (MP) da subvenção do ICMS. Pacheco também disse que a relevância da oposição na Casa também se refletiu no placar apertado da reforma tributária, que foi aprovada com 53 votos a 24, apenas quatro acima do necessário.

A resistência da oposição a Lula no Senado também resultou na rejeição de uma indicação do presidente ao comando da Defensoria Pública da União (DPU). Após Igor Roque ter a nomeação barrada, os senadores aprovaram Leonardo Cardoso de Magalhães para o cargo, mas Pacheco disse que havia risco de um novo revés ao governo.

Ao comentar a falta do nome de Padilha na lista de autoridades mencionadas na hora da promulgação da reforma, Pacheco disse que ligou para o ministro para dar uma explicação.

"Eu liguei para o Padilha para pedir desculpas a ele", afirmou. "Talvez por ele ser deputado, a gente não teve atenção nessa questão de ele ser ministro de Estado", emendou.

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"Tenho uma relação excelente com ele, não tenho nada para reclamar dele. Foi realmente um ato falho da sessão solene não ter registrado a presença dele, não foi proposital", continuou Pacheco.

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