Após classificar as denúncias envolvendo o candidato à reeleição como deputado federal Rodrigo Bethlem (PMDB) como “absolutamente chocantes”, Eduardo Paes parece ter fixado base para entender melhor os rombos que o seu caixa pode ter sofrido ao longo dos cerca de seis anos em que teve Bethlem como secretário de Ordem Pública, Assistência Social e Governo.
Desde a noite de sexta-feira, quando o episódio veio à tona com as reportagens das revistas Veja e Época relatando que Bethlem receberia uma mesada a título de propina após vínculos com empresas fornecedoras da Prefeitura, que Paes não tem agenda pública.
Seu único compromisso foi com a imprensa, no sábado à tarde, quando respondeu por cerca de 20 minutos aos questionamentos dos repórteres sobre o caso – mesmo sem saber ainda o montante que pode ser sido desviado dos cofres públicos.
No domingo, o prefeito teria a solenidade de entrega do programa Bairro Maravilha, na comunidade Sete Riachos, em Campo Grande, na zona oeste da capital fluminense. Cancelou este e outros compromissos que não seria públicos.
A assessoria de imprensa de Paes confirma que no domingo o cancelamento foi abrupto, muito em função do fato de o prefeito precisar se inteirar do caso – até porque nesta segunda-feira teve início a auditoria interna da Controladoria Geral do Município em todas os contratos firmados por Bethlem em seu governo.
Nesta segunda-feira, Paes não teria agenda pública, mas na terça-feira participaria de um debate na sede do Sindicato dos Jornalistas do Rio de janeiro promovido pela ONG Rio de Paz, além de um lançamento de um programa social da Prefeitura. Neste caso, a assessoria de imprensa afirmou que o prefeito pediu o cancelamento da agenda por não ter tido tempo de se informar o suficiente sobre o tema.