O papa Francisco enviou nesta quarta-feira (6) uma mensagem ao Brasil, pedindo que os políticos coloquem o "bem comum" na frente dos "interesses privados", sem se "intimidarem pelos grandes poderes financeiros e midiáticos".
A mensagem de Jorge Mario Bergoglio foi enviada por ocasião da abertura da Campanha da Fraternidade, evento promovido anualmente pela Igreja Católica no Brasil através da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no período da Quaresma.
Nesta edição, o tema é "Fraternidade e políticas públicas".
A mensagem foi lida hoje na cerimônia de abertura da Campanha da Fraternidade, que ocorreu na sede provisória da CNBB no Distrito Federal, com o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da entidade, Dom Leonardo Steiner.
Na carta, Francisco pede que todos, políticos e civis, atuem para promover o bem-estar social e as políticas públicas. "Com o início da Quaresma, somos convidados a nos preparar, através das práticas penitenciais do jejum, da esmola e da oração, para a celebração da vitória do Senhor Jesus sobre o pecado e a morte.
Para inspirar, iluminar e integrar tais práticas como componentes de um caminho pessoal e comunitário em direção à Páscoa de Cristo, a Campanha da Fraternidade propõe aos cristãos brasileiros o horizonte das "políticas públicas", disse o Papa.
"Muito embora aquilo que se entende por política pública seja primordialmente uma responsabilidade do Estado cuja finalidade é garantir o bem comum dos cidadãos, todas as pessoas e instituições devem se sentir protagonistas das iniciativas e ações que promovam 'o conjunto das condições de vida social que permitem aos indivíduos, famílias e associações alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição'", ressaltou.
Segundo Francisco, "os cristãos devem buscar uma participação mais ativa na sociedade como forma concreta de amor ao próximo, que permita a construção de uma cultura fraterna baseada no direito e na justiça". No entanto, o Papa pediu uma postura mais incisiva dos políticos.
"De modo especial, àqueles que se dedicam formalmente à política - à que os Pontífices, a partir de Pio XII, se referiram como uma 'nobre forma de caridade' - requer-se que vivam 'com paixão o seu serviço aos povos, vibrando com as fibras íntimas do seu etos e da sua cultura, solidários com os seus sofrimentos e esperanças; políticos que anteponham o bem comum aos seus interesses privados, que não se deixando intimidar pelos grandes poderes financeiros e mediáticos, sendo competentes e pacientes face a problemas complexos, sendo abertos a ouvir e a aprender no diálogo democrático, conjugando a busca da justiça com a misericórdia e a reconciliação", recomendou.
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