A presidente da República, Dilma Rousseff (PT), disse nesta sexta-feira que a corrupção da Petrobras deveria ter sido investigada entre 1996 e 1997, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Fazendo referência a um depoimento do ex-gerente da estatal Pedro Barusco, a petista disse que o Brasil teria evitado cerca de 20 anos de atos de corrupção se o problema fosse resolvido em sua “raiz”.
“Se em 1996 ou 1997 tivessem investigado e punido, nós não teríamos esse caso desse funcionário da Petrobras que ficou mais de 20 anos praticando atos de corrupção. A impunidade leva água para o moinho da corrupção”, disse Dilma, em entrevista a jornalistas.
Para a presidente, a Operação Lava Jato é um tipo de investigação que nunca havia ocorrido antes. “Não é que antes não existia. É que antes não tinha sido investigado e descoberto. Quando você investiga e descobre, a raiz das questões surge e você impede que aquilo se repita e seja continuado”, disse.
Sobre o envolvimento de empresas no escândalo, Dilma disse que os empresários devem ser investigados, mas ressaltou que a punição a empresas não pode gerar risco de desemprego.
“Iremos tratar as empresas considerando que é necessário criar empregos e gerar renda no Brasil, isso não significa ser conivente ou apoiar ou impedir qualquer investigação qualquer que seja. Agora eu não vou, por exemplo, tratar a Petrobras como a Petrobras tendo praticado malfeitos. Quem praticou foram funcionários da Petrobras que vão ter de pagar por isso. Quem cometeu malfeitos vai ter que responder por eles. Essa é a regra no Brasil”, disse.