Um documento assinado por 21 senadores italianos do governista Partido Democrático foi apresentado ao ministro da Justiça da Itália, Andrea Orlando, questionando a possível extradição do brasileiro Henrique Pizzolato, condenado a 12 anos e sete meses de prisão no processo do mensalão.
Na carta, os parlamentares afirmam que, ao autorizar a extradição de Pizzolato, a Corte de Cassação "não levou em conta as horríveis condições das prisões brasileiras, as quais podem causar um sério risco para a incolumidade de Pizzolato".
"Respeitamos a decisão da Suprema Corte, mas decidimos interrogar sobre a eventualidade que uma violação dos direitos humanos nas prisões brasileiras possa orientar sua decisão para que haja uma solução que garanta a proteção física do nosso cidadão", disseram os parlamentares, referindo-se a Pizzolato, que possui dupla nacionalidade.
A apresentação do documento foi feita cinco dias após o defensor público Desi Brino visitar Pizzolato na prisão de Modena. Mesmo antes da visita, Brino alertou Orlando de que o brasileiro correria riscos em seu país natal.
Em meados de fevereiro, Corte de Cassação autorizou a extradição do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolat. O brasileiro fugiu para a Itália há quase um ano e meio com um passaporte falso. Agora, cabe ao ministro da Justiça, Andrea Orlando, decidir se acata ou não a decisão.
O caso de Pizzolato fez ressurgir a polêmica envolvendo o italiano Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua em seu país por quatro assassinatos e associação subversiva.
Considerado "terrorista" na Itália, o STF autorizou em 2009 a extradição de Battisti, mas o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva se recusou a enviá-lo à Itália.