O empresário Milton Pascowitch, acusado de intermediar pagamento de propina de empresas contratadas pela Petrobras, segundo investigações da Operação Lava Jato, pediu hoje (15) que a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão fosse secreta, como condição para que pudesse revelar irregularidades nas decisões de investimento dos fundos de pensão.
“Em função do acordo de colaboração que firmei na 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná e sob recomendação dos meus advogados, motivado pela entrega da denúncia feita pela Procuradoria, eu me coloco a disposição no que souber”, disse, mas destacou a necessidade de manter em sigilo o conteúdo da delação premiada homologada pela Justiça.
Antes que a CPI fechasse as portas, Pascowitch antecipou que nunca teve, em qualquer época, contato com fundações de previdência. “Nunca encaminhei nenhum negócio, mas como os fatos estão relacionados com fatos de outras empresas que tiveram negócios com fundações, me coloco à disposição em sessão reservada”, disse.
Em agosto, Pascowitch esteve na CPI da Petrobras para falar sobre as denúncias, mas, orientado pelos advogados, se manteve em silêncio e os parlamentares chegaram a fechar as portas para tentar obter o depoimento. “Minha posição não é igual à tomada na CPI da Petrobras, porque não havia denúncia oferecida pela Procuradoria”, afirmou.
Na época, o juiz da 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, Sérgio Moro, não autorizou o acesso ao conteúdo da delação premiada do lobista em uma sessão pública. O conteúdo da delação foi classificado como essencial pela Polícia Federal para a 17ª fase da Operação Lava Jato, denominada Pixuleco, que resultou na prisão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
O empresário, dono da Jamp Engenheiros Associados, é apontado como um dos operadores de propinas pagas em função de contratos de construção de sondas para a petrobras. O depoimento na CPI dos Fundos de Pensão foi aprovado, no início deste mês, para que Pascowitch explicasse a relação mantida com José Dirceu.
Em depoimento à Justiça de Curitiba, o empresário afirmou ter intermediado o pagamento a Dirceu e ao PT e que o dinheiro foi usado em campanhas eleitorais. A CPI tenta também confirmar denúncias de que Dirceu influenciou decisões de investimentos dos fundos.