O Supremo Tribunal Federal (STF) deve autorizar a investigação de cerca de 45 deputados e senadores sobre os quais a Procuradoria-Geral da República apontou envolvimento nos casos de corrupção da Petrobras, segundo informações publicadas na quinta-feira pelo jornal O Estado de S.Paulo. Mais de um político deve responder por participação no mesmo fato, já que foram pedidos 28 inquéritos envolvendo 54 pessoas. De acordo com a publicação, a Procuradoria dividiu os pedidos em fatos apontados em delações premiadas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef.
O sigilo judicial dos processos deve ser derrubado assim que o ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF, analisar os casos. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou os nomes dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, além dos senadores Lindbergh Farias, Gleisi Hoffmann, Romeu Jucá, Edison Lobão e Fernando Collor. Os delatores citaram envolvimento de parlamentares do PT, PMDB, PP, PSDB e PSB.
De acordo com o jornal, em outros sete casos, a Procuradoria pediu arquivamento ao STF, entre eles o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves e o senador Aécio Neves. Janot descartou pedir investigação sobre a presidente Dilma Rousseff, cujo nome foi citado em depoimento do doleiro.
Entre os 54 nomes envolvidos nos pedidos de inquérito estão políticos com mandatos, outros sem mandatos e pessoas que, mesmo sem prerrogativa de foro, estão incluídas por estarem diretamente ligadas aos casos envolvendo as autoridades que só podem ser processadas mediante autorização do Supremo.