'Pergunta para o Temer', diz Bolsonaro sobre reajuste do STF

Em suas redes sociais, presidente eleito também afirmou que programa Mais Médicos era pretexto para financiar 'ditadura'

27 nov 2018 - 18h56
(atualizado às 18h59)

O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou que toda população pagará a conta do reajuste salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro evitou fazer comentários sobre o assunto e responsabilizou o presidente Michel Temer pela decisão.

Após acordo com o Judiciário, Temer sancionou ontem aumento de 16,38% para os magistrados, que deve ter efeito cascata em todo o País.

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Bolsonaro em Brasília
 20/11/2018  REUTERS/Adriano Machado
Bolsonaro em Brasília 20/11/2018 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"Pergunta para o Temer, ele que sancionou", respondeu ao ser indagado inicialmente sobre o assunto. Após jornalistas insistirem na pergunta, dizendo que Bolsonaro arcará com as despesas extras em sua gestão e "pagará a conta", ele respondeu: "Toda a população vai pagar a conta, não só eu." Ele disse, ainda, que sua responsabilidade em relação ao assunto só iniciará no dia 1º de janeiro de 2019, quando assume a Presidência da República.

Sobre o orçamento, Bolsonaro disse que vai ter que ajustar tudo agora para evitar modificações no próximo ano. "É possível mexer no orçamento no ano que vem, mas o que pudermos fazer agora é melhor", declarou.

Em suas redes sociais, o presidente eleito também falou sobre o programa Mais Médicos, que segundo Bolsonaro, servia de pretexto para o governo do PT financiar a "ditadura" de Cuba. Ontem, o Ministério da Saúde anunciou que 97,2% das vagas antes ocupadas por médicos cubanos no programa já foram preenchidas após a saída desses profissionais do País.

O militar reformado propôs mudanças no programa, mas o governo cubano não concordou e anunciou a saída dos médicos cubanos. "Após Cuba irresponsavelmente retirar-se do Mais Médicos por não aceitar dar liberdade e salário integral aos seus cidadãos, quase 100% das vagas já foram preenchidas por brasileiros. Está claro que o acordo do PT era pretexto para financiar a ditadura membro do foro de São Paulo", escreveu Bolsonaro no Twitter.

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Na rede social, Bolsonaro disse que há outros acordos "suspeitos claramente inviáveis" que serão alvo de sua administração. Para ele, o Brasil estava servindo de fonte de renda "disfarçada" de partidos alinhados com o PT na América Latina. "Não mais!", afirmou.

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