A Polícia Federal prendeu na terça-feira, 23, quatro suspeitos de terem invadido o celular do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e de outras autoridades, como o procurador da República e coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, Deltan Dallagnol.
O inquérito é mantido em sigilo e está sendo conduzido pelo delegado Luiz Flávio Zampronha, que, em 2005 e 2006, presidiu o inquérito do mensalão.
Entenda, abaixo, o que se sabe até agora sobre o caso.
Onde foram cumpridos os mandados?
Os mandados de prisão temporária e de busca e apreensão foram realizados em São Paulo, em Araraquara e em Ribeirão Preto. Foram presos um homem e uma mulher na capital e outros dois homens nas cidades do interior paulista. Os presos foram transferidos para Brasília.
Quem são?
Gustavo Henrique Elias Santos e sua mulher, Suellen Priscila de Oliveira, são dois dos supostos hackers. Segundo o advogado Ariovaldo Moreira, que defende Gustavo e a mulher, o casal "não tem nada a ver com a invasão do celular do procurador e do ministro".
Além do casal, que foi detido em São Paulo, a PF prendeu Walter Delgatti Neto, em Araraquara. Há ainda um quarto preso, em Ribeirão Preto, que não foi identificado. Os quatro suspeitos de hackear os celulares de autoridades foram transferidos para Brasília e levados para a Superintendência da PF do Distrito Federal.
Relembre o caso
Desde 9 de junho, o site The Intercept Brasil divulga supostas mensagens trocadas pelo então juiz federal titular da Lava Jato em Curitiba com integrantes do Ministério Público Federal, principalmente com Dallagnol. Foram divulgadas pelo The Intercept e outros veículos conversas atribuídas ao ex-juiz e a procuradores no aplicativo Telegram. O site afirmou que recebeu de fonte anônima o material, mas não revelou a origem. Moro nega conluio - ele e Dallagnol afirmam não reconhecer a autenticidade das conversas.
'Grupo criminoso'
O ministro da Justiça já afirmou que a invasão virtual foi realizada por um grupo criminoso organizado. Para ele, o objetivo seria invalidar condenações por corrupção e lavagem de dinheiro, interromper investigações em andamento ou "simplesmente atacar instituições".
Em 19 de junho, Moro passou oito horas e meia respondendo a questionamentos de senadores na Comissão de Constituição e Justiça da Casa sobre as supostas mensagens que sugerem atuação conjunta com os procuradores quando ele era juiz.
Veja também: