Petrobras foi surpreendida pela Lava Jato, diz Graça Foster

De acordo com Graça Foster, a operação Lava Jato trará "muitos aprendizados" para a empresa

26 mar 2015 - 12h48
(atualizado às 12h48)
<p>Graça Foster prestou depoimento nesta quinta-feira</p>
Graça Foster prestou depoimento nesta quinta-feira
Foto: Sergio Moraes / Reuters

Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras a ex-presidente da Petrobras Graça Foster disse que apesar dos mecanismos de controle de órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) terem melhorado a gestão da companhia, a corrupção na empresa foi descoberta pela polícia.

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"Eu defendo os órgãos de controle da Petrobras, mas o grande descobridor (da corrupção na empresa) foi a Polícia Federal. Mas não posso negar que tanto o TCU (Tribunal de Contas da União), quanto a CGU (Controladoria-Geral da União) colaboram com a nossa gestão”, destacou Foster. Ela ainda acrescentou que não foi a transparência da estatal ou um auditor independente os responsáveis pela descoberta dos problemas. Ela frisou que a corrupção na Petrobras foi apurada “pelas investigações da polícia".

De acordo com Graça Foster, a Operação Lava Jato trará "muitos aprendizados" para a empresa, mas que, mesmo assim, a Petrobras tem superado as barreiras e que a estatal ficou surpresa com a deflagração da Lava Jato.

"Essa operação atrasa nosso balanço e isso dificulta o acesso ao mercado financeiro. Mas, em 2014, com toda dificuldade batemos todos os recordes da Petrobras", ressaltou a ex-presidente. Ela disse que o atual presidente da empresa, Aldenir Bendine, está trabalhando para que a empresa apresente o balanço e "vire a página".

Foster, que se aposentou da Petrobras, falou sobre as denúncias envolvendo a formação de cartel nas licitações para a realização de obras da empresa, investigadas na Lava Jato. Segundo ela, "mesmo à distância", a preocupação maior é com a manutenção dos empregos. “A Operação Lava Jato levou a Petrobras a determinadas situações preventivas a respeito de diversas empresas apontadas como parte de um cartel. Só isso já impede, atualmente, a Petrobras de continuar contratando-as”.

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A ex-presidente da petrolífera acrescentou que “o governo já está agindo para harmonizar essa situação”. “Acredito numa situação em que o governo possa se harmonizar com essa situação, para a manutenção de empregos no Brasil. Sou defensora do emprego dentro da racionalidade. Temos condições de manter dentro da racionalidade, dentro da competitividade", afirmou.

Ao ser questionada a respeito da taxa de extração nas bacias do pré-sal, Foster disse que ficam em torno de 85%, chegando a 100% em algumas bacias. "É a oportunidade real, devemos estar de olho na economia para poder utilizar o melhor aproveitamento das reservas". Ela defendeu as descobertas do pré-sal como sendo "grande oportunidade" para o Pais.

Produção de petróleo

Ao começar o seu depoimento, a ex-presidente da estatal fez um balanço de sua trajetória na Petrobras, falou sobre os recordes na produção da Petrobras em refino de petróleo, produção de fertilizantes e extração de gás. Ela defendeu investimentos como na transportadora Gasene, uma empresa criada pela Petrobras para construir uma rede de gasodutos entre o Rio de Janeiro e a Bahia, passando pelo Espírito Santo.

Essa é a quinta vez que Graça Foster comparece ao Parlamento para tratar das irregularidades na Petrobras. No ano passado, ela depôs na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras. Funcionária de carreira da empresa, Foster presidiu a estatal de 2012 a 2015.

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Ela deixou a empresa em fevereiro juntamente com cinco diretores da petroleira, após ser divulgado que a Petrobras chegou a estimar, no balanço não auditado, em R$ 88,6 bilhões a queda em seus ativos.

Agência Brasil
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