A Petrobras repassou, nos últimos três anos, pelo menos R$ 30 bilhões a suas subsidiárias no exterior para pagar equipamentos e serviços para os quais não há informação sobre a forma de contratação, segundo o jornal Folha de S. Paulo. Nos últimos três anos, a estatal pagou ainda R$ 90 bilhões sem fazer qualquer tipo de licitação, somando aos gastos do exterior, o montante chega a R$ 120 bilhões.
A Petrobras tem subsidiárias em países como Holanda, Estados Unidos, Cingapura, Venezuela e Argentina, criadas para facilitar investimentos da companhia fora do País e não produzem qualquer bem ou serviço.
A subsidiária da Petrobras na Holanda, por exemplo, é a responsável por contratar plataformas da companhia. Em outro contrato, também com subsidiária holandesa, a Petrobras aluga a Plataforma P-56 até 2030 pelo valor de US$ 1,8 bilhão da sua subsidiária holandesa. A plataforma é construída no Rio de Janeiro, por uma empresa de Cingapura, que não passou por processo licitatório. Procurada, a estatal não se manifestou.
Pasadena correu risco de fechar
Ainda segundo o jornal Folha de S. Paulo, as falhas na negociação da usina de Pasadena, em meio à briga com os sócios belgas da Astra, a Petrobras chegou a estudar seu fechamento temporário, por até cinco anos. Essa foi uma das seis alternativas avaliadas por um grupo de trabalho criado pela estatal com o objetivo de discutir opções para “adequar o retorno dos investimentos realizados”.
Na análise conjunta de sete variáveis estudadas, o investimento de US$ 1,5 bilhão para adaptar a refinaria ao óleo brasileiro figurava como melhor opção. Segundo o relatório, duplicar, fechar e vender imediatamente eram as alternativas com pior impacto no item "imagem da Petrobras".
Ao fim, o grupo recomendou a realização de investimentos de US$ 275 milhões em "sustentabilidade", que previa a implantação de projetos de segurança, meio ambiente e saúde (SMS), "confiabilidade", mais US$ 7,4 milhões em adaptações, e busca por parcerias comerciais. Esta foi apontada como a única opção capaz de, no longo prazo, tornar a refinaria atraente para venda.
Ao assumir a presidência da Petrobras, em 2012, Graça Foster determinou uma auditoria que resultou em um corte desse contrato a quase metade do valor. Depois disso, o TCU decidiu iniciar uma fiscalização no contrato, que ainda está em andamento.