Petrobras pagou propina de R$ 45 milhões, diz Lava Jato

A nova fase da operação foi batizada de Sem Limites III cumpre quatro mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro

7 out 2020 - 12h21
(atualizado às 12h25)

Ao representar pela deflagração da 76ª etapa da Lava Jato na manhã desta quarta (7) a força-tarefa da operação em Curitiba apresentou à Justiça Federal mensagens de SMS, e-mails, planilhas e uma série de notas fiscais de uma das companhias envolvidas em um suposto esquema de corrupção na área comercial da Petrobras que demonstram, segundo os investigadores, a existência de 'sistemático' pagamento de propinas e lavagem de tais ativos entre 2009 e 2018. De acordo com o Ministério Público Federal, foi descoberto que uma das empresas envolvidas movimentou, só em propina, cerca de US$ 8.171.739,41, por meio de doleiros - valor que supera R$ 45 milhões no câmbio atual.

Logo da Petrobras na fachada da sede da empresa no Rio de Janeiro. REUTERS/Sergio Moraes
Logo da Petrobras na fachada da sede da empresa no Rio de Janeiro. REUTERS/Sergio Moraes
Foto: Reuters

A nova fase da Lava Jato foi batizada de Sem Limites III cumpre quatro mandados de busca e apreensão em três endereços no Rio de Janeiro. Entre os alvos estão funcionários que, segundo a Procuradoria, atuaram "sistematicamente em favor de um 'pool' de trading companies". Segundo o MPF, as provas sugerem que os investigados 'promoviam um verdadeiro rodízio no fechamento de operações com as empresas do setor', especialmente no comércio de bunker, como é denominado o produto usado como combustível de navio.

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Os investigadores dizem que as buscas realizadas nesta manhã tem como objetivo chegar aos executivos das companhias e a outros funcionários envolvidos. "Essa é mais uma fase que se insere na frente destinada a investigar ilícitos praticados em negócios da área comercial da Petrobras, composta por várias gerências subordinadas à Gerência Executiva de Marketing e Comercialização, que por sua vez está situada imediatamente abaixo da Diretoria de Abastecimento", explicam os procuradores.

O Ministério Público Federal também apontou que um dos ex-funcionários alvos da Sem Limites III foi responsável pelas negociações de combustíveis marítimos para os navios da estatal, próprios e afretados, que abasteciam no porto de Singapura. "Tendo em vista a série de irregularidades cometidas, entre as quais, relacionamento impróprio com fornecedores e conflito de interesses, chegou a ser suspenso de suas atividades por 29 dias", registrou a Procuradoria em nota.

A Lava Jato no Paraná relatou ainda que há evidências de que um dos funcionários investigados recebeu indevidamente, de um executivo de um das companhias realizadoras de negócios de combustíveis marítimos realizados com a Petrobras, ao menos € 12.249,44 na forma de passagens aéreas e o pagamento de parcelas referentes a um contrato filiação de um 'clube de férias', que permitiu ao ex-funcionário se hospedar em hotéis de altíssimo luxo ao redor do mundo.

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