A Petrobras pretende cobrar indenizações das empreiteiras envolvidas no esquema de desvios da Lava Jato, segundo informações publicadas nesta segunda-feira pelo jornal Folha de S.Paulo. A estratégia seria utilizada para evitar que a estatal tenha que se endividar mais para financiar o plano de exploração do pré-sal.
De acordo com a publicação, alguns projetos estão paralisados porque os contratos deixaram de ser pagos pela Petrobras após a descoberta de que as construtoras deram propina a executivos da empresa, fazendo com que muitos negócios tivessem sobrepreço. Uma força-tarefa calcula quanto teria sido desviado e esse valor será cobrado das empreiteiras independente das multas que as que fizerem acordo com a Controladoria Geral da União (CGU) terão que pagar para continuarem aptas a manter contratos com o governo.
Segundo a Folha, como as empreiteiras não têm caixa suficiente, uma das ideias do grupo é aceitar ações de controle ou ativos (empreendimentos ou subsidiárias). As discussões estão em andamento e dividem o grupo, porque há implicações negativas tanto para a estatal quanto para as empresas, diz o jornal.
A preferência da estatal é receber as indenizações em ativos, mas isso faria com que as empresas ficassem mais enfraquecidas, já que teriam menos garantias a oferecer aos bancos na hora de pedir empréstimos para se capitalizar.