O governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão foi empossado na manhã dessa sexta-feira em cerimônia na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) no lugar de Sérgio Cabral e afirmou que entre os seus principais desafios no cargo está a política de segurança. Ele lembrou que neste sábado as Forças Armadas começarão a atuar no complexo de favelas da Maré, depois que o ex-governador pediu ajuda ao governo federal.
Em seu discurso, Pezão ressaltou que ao longo do mandato de Cabral, a verba destinada a segurança pública aumentou dos R$ 2,3 bilhões de janeiro de 2007, incluindo recursos para todas as areas da segurança, para os atuais R$ 9 bilhões. "Hoje a população não vê carro de polícia parado, sem pneus, com problema de motor na rua. Hoje está muito diferente, a polícia está presente."
Pezão lembrou que, no início do mandato, em 2007, se chocou ao visitar as favelas do Alemão e ficou impressionado com o fato de uma área do local se chamar Chiqueirinho I e II. Ele afirmou que, se for necessário, vai continuar pedindo a colaboração da presidente Dilma. "É um governo qeu vai dar continuidade às grandes conquistas, principalmente na segurança pública. Sempre que precisar vamos pedir à presidente Dilma ajuda em todas as áreas", afirmou Pezão.
O governador também falou que pretende investir mais em saúde, procurando parcerias, e quer levar água às cidades da Baixada Fluminense, onde o abastecimento é precário. Pezão disse ainda que o governo do Rio não permitirá que água do rio Paraíba do Sul seja usada por São Paulo, como deseja o governo paulista. "Não vai tirar. Não tem como tirar. O rio é nacional. Vamos botar nossos técnicos, os de São Paulo e os do governo federal e vamos mostrar que é impossível hoje retirar água do Paraíba do Sul que não seja para a destinação que ele tem hoje, para Minas e os municípios fluminenses", ressaltou.
'Substituir o insubstituível'
Em seu discurso na Alerj, Pezão disse que sabe que tem grandes tarefas nos próximos meses e fez vários elogios ao ex-governador Sérgio Cabral, que ele chamou de "extraordinário". "Sei que a minha missão é muito difícil, árdua. Tenho que substituir o insubstituível", afirmou o governador.
Pezão prometeu melhorias no transporte público, com a instalação de ar-condicionado em todos os 200 trens de passageiros no Estado até março de 2015 e a compra de mais quatro barcas. Ele ressaltou melhorias feitas pela gestão de Cabral, como atração de empresas, construção de escolas de Ensino Médio, hospitais e repasses para ajudar prefeitos do Rio.
Após a solenidade, o novo governador seguiu para um cerimônia de transmissão de posse no palácio da Guanabara e terá sua primeira agenda oficial à tarde em um evento com Paes para reabrir leitos na Santa Casa de Misercórdia, no centro do Rio.
Grades como proteção
A entrada principal da (Alerj) foi cercada com grades de segurança para a cerimônia de posse. Cedo da manhã, cerca de dez homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar eram vistos em uma das esquinas da assembleia, além de homens do batalhão da área. Apenas pessoas com convite podiam entrar para assistir à cerimônia.
Sérgio Cabral renunciou na tarde de quinta-feira ao governo. Ele, que deixou o governo com baixos índices de popularidade, deve se candidatar ao cargo de senador nas próximas eleições.