A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira, 22, a Operação Sequaz para desarticular uma organização criminosa que pretendia realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, incluindo homicídios e extorsão mediante sequestro, em pelo menos cinco Estados. O ex-juiz e atual senador do Paraná Sergio Moro (União Brasil) era um dos alvos dos criminosos.
De acordo com as investigações da PF, os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea em Rondônia, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Mas, segundo a investigação, os principais suspeitos se encontravam em cidades paulistas e paranaenses.
Cerca de 120 policiais federais cumpriram 24 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária em Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo e Paraná. Até a última atualização desta reportagem, nove suspeitos já haviam sido presos:
• Dois em Santa Bárbara do Oeste (SP);
• Três em Sumaré (SP);
• Dois em São Paulo (SP);
• Um em Hortolândia (SP);
• Um em Presidente Prudente (SP).
"O nome da operação se refere ao ato de seguir, vigiar, acompanhar alguém, devido ao método utilizado pelos criminosos para fazer o levantamento de informações as possíveis vítimas", informou a PF.
Os alvos da facção
Nas redes sociais, o senador Sergio Moro (União Brasil - PR) afirmou que foi um dos alvos dos criminosos. Segundo informações divulgadas pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), de Presidente Prudente, interior de São Paulo, o ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro estava sendo monitorado desde janeiro. A informação foi confirmada pelo atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
"Sobre os planos de retaliação do PCC contra minha pessoa, minha família e outros agentes públicos, farei um pronunciamento à tarde na tribuna do senado", disse o senador em postagem no Twitter, que agradeceu a PF e demais autoridades de segurança envolvidas na operação.
Sobre os planos de retaliação do PCC contra minha pessoa, minha família e outros agentes públicos, farei um pronunciamento à tarde na tribuna do senado. Por ora, agradeço a PF, PM/PR, Polícias legislativas do Senado e da Câmara, PM/SP, MPE/SP, e aos seus dirigentes pelo apoio e…
— Sergio Moro (@SF_Moro) March 22, 2023
Outro alvo dos criminosos era o promotor de Justiça Lincoln Gakiya. Lincoln investiga desde os anos 2000 a facção criminosa, que atua dentro e fora dos presídios brasileiros, e já expandiu para outros países.
Mas, de acordo com Dino, o promotor era o alvo original, mas não o único.
"Essas possibilidades envolviam também autoridades do sistema penitenciário de vários estados, integrantes da polícia de vários estados, e também o hoje senador da republica Sérgio Moro", completou Dino em coletiva de imprensa.
Foi investigado e identificado um plano de homicídios contra vários agentes públicos (dentre os quais um senador e um promotor de Justiça). Hoje a Polícia Federal está realizando prisões e buscas contra essa quadrilha. Meus cumprimentos às equipes da PF pelo importante trabalho
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) March 22, 2023