A recuperação de arquivos apagados de dispositivos eletrônicos do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, permitiu à Polícia Federal (PF) cruzar informações com dispositivos de outros alvos de investigação, fortalecendo as apurações sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. A novidade na investigação foi divulgada nesta sexta-feira, 15, pela apresentadora Daniela Lima, da GloboNews.
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Segundo fontes próximas à PF, os últimos detalhes do relatório final estão sendo ajustados, com previsão de conclusão ainda neste mês. A análise dos dados recuperados atrasou a entrega do documento, que deve incluir novas narrativas e pode recomendar o indiciamento de Bolsonaro e aliados próximos.
Os arquivos deletados por Cid foram recuperados com o auxílio de um equipamento israelense, como revelou a colunista Eliane Cantanhêde em outubro. Esses dados trouxeram à tona informações adicionais sobre a articulação golpista, levando a PF a reavaliar elementos centrais da investigação.
Além disso, os novos achados colocam em xeque o acordo de colaboração firmado por Mauro Cid. Um investigador destacou que o delator tem a obrigação de fornecer todas as informações relevantes sobre os crimes investigados. “O que a gente precisa entender é se o acordo para de pé”, afirmou a fonte.
Gravações obtidas pela revista Veja mostram Cid criticando ações da Polícia Federal. Sua defesa, no entanto, mantém que ele sempre colaborou de forma legal com as autoridades. A manutenção do acordo dependerá agora da análise dos novos elementos trazidos pela investigação.