A Polícia Federal desconhece o paradeiro do arsenal de 32 armas registradas em nome do advogado Frederick Wassef. Embora o armamento esteja legalizado, porque Wassef possui registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), chamou atenção dos policiais que essas armas, incluindo 12 fuzis, não estivessem no apartamento do advogado no Morumbi, Zona Sul de São Paulo.
A polícia encontrou apenas um pente de munição de pistola, sem nenhuma arma, no carro de Wassef no dia 16 de agosto, quando ele teve quatro celulares apreendidos no cumprimento de mandados de busca expedidos no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura um esquema de desvio de joias do acervo presidencial.
Wassef é um dos investigados nesse inquérito, porque, segundo a polícia, ele recomprou um relógio Rolex, cravejado de diamantes, que tinha sido vendido nos Estados Unidos pelo tenente-coronel Mauro Cid, chefe da ajudância de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A PF apurou que Cid vendeu esse rolex e um relógio Patek Philippe por US$ 68 mil (cerca de R$ 350 mil) em junho do ano passado na loja Precision Watches, na cidade de Willow Grove, na Pensilvânia, nos Estados Unidos.
A recompra do Rolex custou US$ 49 mil (cerca de R$ 250 mil), segundo Wassef alegou em entrevistas a jornalistas. O relógio tinha sido dado pela monarquia da Arábia Saudita para Bolsonaro em 2019. Tanto o Rolex quanto outras joias desse kit de presentes chegaram a ser incorporados ao acervo presidencial.
COM A PALAVRA, WASSEF
A reportagem do Estadão busca contato com o advogado Frederick Wassef. O espaço está aberto para manifestação (daniel.haidar@estadao.com).