PF diz que Bolsonaro mentiu sobre ter guardado joias na fazenda de Nelson Piquet

Itens de luxo, na realidade, foram enviados para os Estados Unidos com o objetivo de leiloá-los

9 jul 2024 - 12h17
(atualizado às 20h24)
Em depoimento no dia 5 de abril de 2023, em Brasília, Bolsonaro declarou nunca ter ficado em posse das joias.
Em depoimento no dia 5 de abril de 2023, em Brasília, Bolsonaro declarou nunca ter ficado em posse das joias.
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mentiu sobre ter guardado um dos kits com joias presenteados pelo governo da Arábia Saudita em uma fazenda do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet. Essa é uma das conclusões do relatório da Polícia Federal (PF) que resultou no indiciamento de Bolsonaro e outros 11 aliados. A informação é do jornal O Globo.

O ex-presidente alegou que o “kit ouro rosê”, composto por uma caneta, um anel, um par de abotoaduras, um masbaha (espécie de rosário árabe) e um relógio, foi encaminhado ao seu acervo presidencial armazenado em uma fazenda de Piquet no Lago Sul, área nobre da capital federal.

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Segundo a PF, o objetivo dessa história, na realidade, foi acobertar o envio dos itens de luxo para os Estados Unidos para serem leiloados. A PF conseguiu comprovar, ao longo das apurações, que esse kit foi levado para a Flórida a bordo do avião presidencial. 

Em depoimento no dia 5 de abril de 2023, em Brasília, Bolsonaro declarou nunca ter ficado em posse das joias e que, ao deixar o Brasil no final de seu mandato, para não entregar a faixa presidencial para Lula, não levou os itens para os EUA.

Destino das joias 

Segundo as investigações, já com as joias em solo norte-americano, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid levou os itens pessoalmente à sede da Fortuna Action House, empresa especializada em leilões de joias, em Nova York. Elas foram submetidas a leilão em fevereiro do ano passado, mas não foram arrematadas.

“Posteriormente, após a tentativa frustrada de venda, e cientes da restrição legal de comercializar bens do acervo privado presidencial no exterior, somado à divulgação na imprensa da existência do referido kit, Mauro Cid, Marcelo Camara e Osmar Crivelatti organizaram uma ‘operação de resgate’ dos bens”, aponta o documento. 

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Segundo o jornal O Globo, uma vez recuperada pessoalmente por Cid na sede da Fortune, as joias foram levadas para a Flórida, Estado americano onde Bolsonaro se instalou após deixar o Brasil e onde vivia o pai do tenente-coronel, o general Mauro Lourena Cid, na época lotado em um escritório da Apex em Miami. O kit só viria a ser devolvido em 4 de abril de 2023, na véspera do depoimento do ex-presidente à PF. 

Em nota divulgada à imprensa, a defesa de Bolsonaro afirmou que o ex-presidente “em momento algum pretendeu se locupletar ou ter para si bens” que pudessem ser considerados públicos. (Confira abaixo).

Fonte: Redação Terra
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