PF: ex-deputados foram presos por crimes além da Petrobras

Na 11ª fase da Lava Jato, André Vargas, Luiz Argôlo e Pedro Corrêa foram presos por irregularidades cometidas no Ministério da Saúde e na Caixa Econômica Federal

10 abr 2015 - 12h10
(atualizado em 25/9/2015 às 12h53)
<p>Ex-deputado André Vargas foi preso em caso envolvendo contratos de publicidade no Ministério da Saúde e na Caixa</p>
Ex-deputado André Vargas foi preso em caso envolvendo contratos de publicidade no Ministério da Saúde e na Caixa
Foto: Gustavo Lima / Agência Câmara

A 11ª fase da Operação Lava Jato, denominada de "A Origem", atingiu, pela primeira vez, envolvidos em crimes cometidos fora da Petrobras. Os ex-deputados André Vargas, Luiz Argôlo e Pedro Corrêa foram presos por irregularidades cometidas no Ministério da Saúde e na Caixa Econômica Federal.

Junto de outros quatro presos - Leon Vargas (irmão de André), Élia Santos da Hora (secretária de Argôlo), Ivan Mernon da Silva Torres (apontado como "laranja" de Corrêa) e Ricardo Hoffmann (diretor de uma agência de publicidade) -, eles são acusados de organização criminosa, quadrilha, corrupção, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e fraude em procedimento licitatório.

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“Além do caso da Labogen, do tráfico de influência no Ministério da Saúde e do recebimento de repasse de R$ 2,4 milhões de Alberto Youssef, André Vargas e seu irmão foram presos por conta de contratos de publicidade do Ministério da Saúde e da Caixa Econômica para empresas vinculadas a agentes políticos”, explicou o delegado da Polícia Federal Marcio Adriano Anselmo. “As agências de publicidade contratadas pelo ministério e pela Caixa subcontratavam agências em que eles figuravam como sócios, repassando 10% dos valores dos contratos. Essas empresas não prestavam nenhum serviço efetivo”, acrescentou.

Na operação, foi pedido o sequestrado de uma casa de propriedade de Vargas em Londrina, comprada em 2011 por R$ 950 mil, “que foi adquirida sem lastro patrimonial para sua compra”.

O delegado que comanda a Operação, Igor Romário de Paula, disse que o nome da 11ª fase se deve ao fato de as investigações estarem voltando ao ponto inicial: “Estamos retornando ao Paraná, Londrina, onde todas as investigações se iniciaram. Eles já haviam sido citados no início das investigações, mas, como exerciam mandato, o processo subiu ao Supremo Tribunal Federal. No início deste ano, como não exerciam mais mandato parlamentar, os casos deles retornaram para cá e, agora, efetivamos as prisões”, explicou.

Sobre o fato de as investigações atingirem órgãos além da Petrobras, ele disse ser natural. “Todos vocês já esperavam isso. Estamos falando do maior caso de corrupção da história do País e é lógico que ele não se restringiria à Petrobras. O que estamos constatando, infelizmente, é que esse era o modelo de negócio com o Poder Público vigente no Brasil”.

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Dos mandados de prisão expedidos nesta sexta-feira, Pedro Côrrea já cumpre pena por condenação no Mensalão. Hoje, ele cumpre prisão domicilar em Pernambuco, mas, por conta de seu envolvimento na Lava Jato, o juiz Sérgio Moro já solicitou que ele seja apresentado em Curitiba. 

Mandados

Na 11 fase da Lava Jato, a PF cumrpiu 32 mandados judiciais no Distrito Federal e em seis Estados (Paraná, Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo). Foram sete mandados de prisão, nove de condução coercitiva e 16 de busca e apreensão. 

A PF realizou mandados de busca e apreensão nas empresas GPI Participações e Investimento S/A, Borghi Lowe Propaganda e Marketing LTDA, Illimitati CMSD Tecnologia LTDA.

Já os mandados de condução coercitiva – quando a pessoa deve ser levada para prestar depoimento – foram contra Cláudio Jorge Fontenelle de Albuquerque, em Fortaleza, Renasci Cambuí de Souza e Mônica Maria Souza Cunha, em Brasília, Vera Lúcia Leite Souza Shiba e Vanilton Bezerra Pinto, em Sobradinho (DF), Márcia Danzi Russo Corrêa de Oliveira, nora e ex-assessora de Pedro Corrêa, no Recife, e Marcelo Simões, em Curitiba.

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Fonte: Especial para Terra
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