A Polícia Federal (PF) não seguiu a determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de apreensão do passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a Operação Venire, realizada nesta quarta-feira, 3. As informações são do jornal Metrópoles.
Segundo fontes do jornal, o passaporte não foi apreendido pela PF porque o objeto não seria de interesse da investigação. A informação foi confirmada pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes. Segundo o STF, é a PF que deve decidir o que é de interesse da investigação ou não.
O Terra buscou um posicionamento oficial da Polícia Federal, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.
Determinação
Segundo o despacho de Moraes, estavam autorizadas "busca e apreensão de armas, munições, computadores, passaporte, tables, celulares e outros dispositivos eletrônicos, bem como de quaisquer outros materiais relacionados aos fatos aqui descritos” de Bolsonaro.
Seis pessoas foram presas na operação, são elas:
• Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
• Max Guilherme, ex-sargento do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e segurança do ex-presidente;
• Sergio Cordeiro, também segurança de Bolsonaro;
• João Carlos de Souza Brecha, secretário municipal de Saúde de Duque de Caxias (RJ).
Operação Venire
A operação que prendeu Mauro Cid investiga um suposto esquema de inserção de dados falsos em carteiras de vacinação contra a covid-19, em sistemas do Ministério da Saúde. A ação realizada pela PF foi autorizada por Moraes, dentro do inquérito das ‘milícias digitais’.
Além dos seis presos, também foram expedidos 16 mandados de busca e apreensão. Entre os endereços alvo, estão o do ex-chefe do Executivo. No local, a PF apreendeu o celular dele; o da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro teria sido poupado. A investigação apura a falsificação de dados das seguintes carteiras de vacinação:
• Jair Bolsonaro;
• Laura Bolsonaro, filha do ex-presidente;
• Mauro Cid, além da mulher e filha dele.
A operação foi realizada em Brasília e no Rio de Janeiro. Conforme a PF, os dados falsos foram supostamente inseridos, entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde. O objetivo era burlar as restrições sanitárias vigentes impostas pelo Brasil e Estados Unidos. Bolsonaro foi para os EUA no final de seu mandato, juntamente com os dois seguranças presos.
*Com informações do Estadão Conteúdo