A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou nesta segunda-feira que vai abrir apurações preliminares para investigar offshores ligadas ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, citadas em reportagens do caso Pandora Papers.
A PGR confirmou à Reuters que haverá uma Notícia de Fato, espécie de averiguação inicial do caso em que ainda não se aponta qualquer indício de cometimento de crime por parte de qualquer autoridade.
Segundo a assessoria do órgão, o procedimento vai apurar se autoridades brasileiras teriam mantido contas com algum indício de irregularidade em paraísos fiscais.
Uma das questões a ser verificadas é se essas pessoas, em tese, teriam alguma limitação em função dos cargos que ocupam para manter essas contas, informou a PGR.
Na prática, ambas as autoridades não são formalmente investigadas, o que só ocorreria se a PGR decidir pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de inquérito contra elas caso considere haver indícios de crime.
Guedes e Campos Neto foram citados pela investigação Pandora Papers entre autoridades de vários países que teriam envolvimento com empresas em paraísos fiscais.
O ministro negou em nota ter cometido qualquer irregularidade.
O presidente do BC afirmou que não fez nenhuma remessa para offshore "em nenhum momento" desde que entrou no governo.