O procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, declarou que as investigações relacionadas ao ex-deputado Roberto Jefferson podem ser consideradas como um 'elo relevante' nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, declarou nesta quinta-feira, 18, que as investigações relacionadas ao ex-deputado Roberto Jefferson podem ser consideradas como um "elo relevante" na cadeia de eventos que culminou nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
“Os fatos imputados ao réu Roberto Jefferson podem ser vistos como elo relevante nessa engrenagem que resultou nos atos violentos de 8 de janeiro de 2023”, pontuou o Paulo Gonet, em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Em junho de 2022, o Supremo tornou Jefferson réu por acusações de homofobia, calúnia e incitação ao crime de dano contra o patrimônio público. Na ocasião, Jefferson foi acusado pela PGR de incentivar uma invasão ao Senado Federal e de lançar ataques contra membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. À época, ficou estabelecido que o caso seria encaminhado à Justiça Federal no Distrito Federal.
No entanto, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, optou por submeter uma questão de ordem ao plenário do Supremo com o objetivo de manter a ação penal contra Jefferson na Corte. Na decisão, Moraes justificou que existe uma conexão deste caso com outras investigações relacionadas aos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro.
“Essa perspectiva se fortalece na consideração de que se atribui ao réu [Jefferson], além de haver utilizado parte da estrutura partidária financiada pelo erário para fragilizar as instituições da República, ter formulado publicamente túrpidos ataques verbais contra instituições centrais da República democrática, num esforço que a visão deste momento permite situar como estratégia dirigida a fomentar movimento de rompimento condenável da ordem política”, escreveu.
Entretanto, ainda não há data para o STF definir a competência para julgar Jefferson.