A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou pela manutenção da prisão preventiva do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres. A PGR enviou o parecer ao Superior Tribunal Federal (STF) na tarde desta segunda-feira,27.
No início do mês, a defesa de Torres pediu a revogação da prisão preventiva, decretada pelo ministro ministro do STF Alexandre de Moraes. Na ocasião, o ministro autorizou a medida cautelar em razão de indícios de omissão durante os atos de vandalismo contra os Três Poderes no dia 8 de janeiro.
Após o pedido da defesa, Moraes determinou que a PGR se manifestasse sobre o caso. Na justificativa pela manutenção da prisão preventiva, o subprocurador-geral da República,Carlos Frederico Santos, destacou que há “indícios de omissão” de Torres diante do avanço de golpistas em Brasília.
De acordo com Santos, Torres estava “plenamente ciente e consciente” da possibilidade de invasão ao Congresso Nacional. O subprocurador justificou ainda que a liberdade do ex-ministro pode colocar em risco “o prosseguimento das investigações, a colheita de provas e, por conseguinte, a persecução penal.”
"Ao sair do país, mesmo ciente de que os atos ocorreriam no dia 8 de janeiro, vislumbra-se que Anderson Gustavo Torres, deliberadamente, ausentou-se do comando e coordenação das estruturas organicamente supervisionadas pela pasta que titulariza, fator que surge como preponderante para os trágicos desdobramentos dos fatos em comento", completou o procurador.
À época, Torres era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, mas estava nos Estados Unidos quando os prédios do Congresso, do Supremo e o Palácio do Planalto foram depredados.