Pivô de crise no Ministério do Trabalho, entidade recebeu dinheiro de 5 pastas

12 set 2013 - 08h23
(atualizado às 08h24)

O instituto investigado por suspeita de fraudes em convênios com o Ministério do Trabalho teria recebido verbas de outras quatro pastas federais nos últimos seis anos, conforme publicou o jornal Folha de S. Paulo nesta quinta-feira. Segundo levantamento feito pela publicação, o Instituto Mundial de Desenvolvimento da Cidadania (IMDC) recebeu R$ 10,5 milhões liberados pelo próprio Ministério do Trabalho e de outras pastas, como Turismo, Desenvolvimento Agrário, Cidades e Cultura.

Segundo a Polícia Federal, o IMDC é parte de um esquema de fraude em licitação, superfaturamento de contratos e desvios de recursos públicos que pode ter movimentado mais de R$ 400 milhões. A operação policial levou à queda de Paulo Roberto Pinto do posto de secretário-executivo do Trabalho.

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A operação

Iniciadas há dois anos, as investigações que culminaram com a deflagração da Operação Esopo constataram indícios de fraude em licitações de prestações de serviços, construção de cisternas, produção de eventos turísticos e festivais artísticos.

Os contratos eram celebrados com organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) aptas a fazer parceria com o governo, mas os serviços contratados ou eram superfaturados ou simplesmente não eram feitos. Parte do dinheiro recebido pela contratada era repassado a agentes públicos envolvidos no esquema. As fraudes ocorriam em 11 Estados - Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Pernambuco, São Paulo, Ceará, Amapá, Paraná, Roraima e Pernambuco, além do Distrito Federal.

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Lobo em pele de cordeiro

O nome da operação da PF faz referência ao escritor grego Esopo, autor da fábula "lobo em pele de cordeiro". Segundo a PF, a história do fabulista, que prega a moral de conduta, resume os atos da organização investigada.

A Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) teria usado a justificativa de atuar em parceria com o poder público para desviar verba pública. Segundo a PF, a organização "deveria pautar sua atuação no interesse social", mas atuou "como verdadeiro lobo em pele de cordeiro".

Fonte: Terra
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