Planalto expõe painel com slogan de Bolsonaro em 2018

Presidente diz que se trata de uma "obra de arte"; quadro é de artista plástico alemão que vive no Brasil

18 nov 2021 - 19h26
(atualizado às 21h36)
Vista do painel de autoria de Heinz Friedrich Budweg intitulado "O Brasil acima de tudo e Deus acima de todos", exposto no salão principal de entrada do Palácio do Planalto, em Brasília
Vista do painel de autoria de Heinz Friedrich Budweg intitulado "O Brasil acima de tudo e Deus acima de todos", exposto no salão principal de entrada do Palácio do Planalto, em Brasília
Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

Intitulado "O Brasil acima de tudo e Deus acima de todos", slogan da campanha do presidente Jair Bolsonaro, em 2018, o quadro do artista plástico Heinz Friedrich Budweg ganhou lugar de destaque no Palácio do Planalto. O painel tem 10 metros de largura por 2,5 metros de altura e foi instalado no saguão principal do Palácio do Planalto, onde já figuraram obras de renomados pintores brasileiros.

Para dar visibilidade ao painel, doado por Budweg - um alemão que há muitos anos vive no Brasil ­-, o Planalto trocou de lugar a exposição das roupas utilizadas por Bolsonaro e pela primeira-dama Michelle no dia da posse, em 1º de janeiro de 2019. As peças continuam no mesmo saguão, mas à esquerda. Também saiu dali o Rolls Royce Silver Wraith da Presidência, que ficava exposto em frente à parede agora dominada pelo quadro.

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"Nós vamos deixar num local aberto ao público até para mostrar que isso, sim, é uma arte de verdade. Isso é obra de arte, pessoal! Tá ok?", disse Bolsonaro, ao lado de Heinz e de Edna, mulher do artista plástico, ao receber a tela.

O presente foi dado por Heinz no último dia 11, véspera do embarque de Bolsonaro para Dubai. Na ocasião, o presidente publicou um vídeo nas redes sociais para mostrar a obra.

O novo painel do Planalto traz uma série de referências à história do Brasil. Destaca, por exemplo, bandeirantes paulistas, indígenas, soldados e construções como a Catedral de Brasília e o Teatro Amazonas.

A exposição ocorre na esteira de críticas de acadêmicos por homenagens prestadas a bandeirantes, responsáveis por mortes de comunidades tradicionais no período colonial.

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Esta não é a primeira "intervenção" do governo Bolsonaro na cena artística do Planalto. Em dezembro de 2019, o presidente mandou retirar do Salão Nobre o óleo sobre tela Orixás, de Djanira da Motta e Silva, um quadro dos anos 60 com divindades cultuadas por religiões de matriz africana.

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