Apesar do balde de água fria jogado ontem pela presidente Dilma Rousseff nas intenções do PMDB em ampliar sua participação na Esplanada dos Ministérios, a legenda ainda mantém expectativa e espera sair fortalecida após a reforma ministerial. Até o carnaval, a presidente Dilma Rousseff vai fazer uma grande mudança, quando vários ministros desembarcarão do governo para disputar cargos eletivos em outubro. Ela quer garantir apoio de mais aliados antes da corrida presidencial.
Em mais de duas horas de conversa na noite de ontem, o vice-presidente Michel Temer, presidente de honra do PMDB, ouviu de Dilma que seria difícil a legenda ser contemplada com mais ministérios diante dos vários pedidos que ela precisa administrar. Hoje o partido já comanda os ministérios de Minas e Energia, Previdência Social, Agricultura, Turismo e a Secretaria de Aviação Civil, que tem status de ministério.
Na noite de ontem, após conversar com a presidente, Temer recebeu na residência oficial do Jaburu o presidente do partido, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) e o líder do partido na Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo interlocutores, “as primeiras reações (à negativa da Dilma) não foram positivas”.
O PMDB, no entanto, não deu como perdida a disputa. Uma outra conversa está marcada para depois das negociações que Dilma fará com demais partidos. Uma das expectativas dos peemedebistas é manter o número de pastas, mas fazer trocas de modo a trocar ministérios menos expressivos – como o do Turismo – por outros que ofereçam mais visibilidade, como Cidades, por exemplo.
Dilma ainda precisa atender demandas do PTB, partido aliado que está fora da Esplanada, além de PP e Pros. Ela tem na manga os ministérios de Integração Nacional e a Secretaria Especial de Portos, que eram ocupados pelo PSB, de Eduardo Campos, até ele decidir romper com o governo. Ambas as pastas, no momento, estão ocupadas interinamente técnicos.