PMDB tenta mostrar ‘união’ para vencer disputa na Câmara

Direção executiva do partido se reuniu em Brasília para apoiar a candidatura de Eduardo Cunha à presidência da Casa

14 jan 2015 - 19h40
<p>(Nossa intenção é) revelar a unidade do PMDB em torno desta matéria, afirmou o vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer</p>
(Nossa intenção é) revelar a unidade do PMDB em torno desta matéria, afirmou o vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer
Foto: Joedson Alves / Reuters

A executiva nacional do PMDB decidiu nesta quarta-feira entrar de vez na sucessão de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) pela presidência da Câmara.

Como Eduardo Cunha (PMDB-RJ), candidato indicado pela bancada peemedebista, sofre restrições do Palácio do Planalto, o partido resolveu apoiar a escolha e agir para evitar a pressão do governo federal em favor do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).

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"(Nossa intenção é) revelar a unidade do PMDB em torno desta matéria", afirmou o vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, após a reunião da executiva nacional.

Nos bastidores, o apoio da cúpula do partido é um recado para o PT e para a presidente Dilma Rousseff, caso a pressão para eleger Chinaglia continue.

Na visão de peemedebistas, movimentos como as indicações de George Hilton (PRB) para o Ministério do Esporte, de Gilberto Kassab (PSD) para Cidades e de Cid Gomes (Pros) a Educação ocorreram também para pressionar os partidos aliados em não apoiar a candidatura de Cunha.

A atuação especialmente de Gomes e Kassab teria como objetivo isolar o PMDB na disputa.

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Fogo amigo

Outro problema visto pelos peemedebistas foram as denúncias veiculadas na semana passada ligando Cunha ao doleiro Alberto Youssef, preso desde o ano passado pelo envolvimento no esquema de pagamento de propina e lavagem de dinheiro na Petrobras.

Nos bastidores, o apoio da cúpula do partido é um recado para o PT e para a presidente Dilma Rousseff, caso a pressão para eleger Arlindo Chinaglia (PT-SP) continue
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

Integrantes da cúpula do partido ‘enxergam digitais’ do Palácio do Planalto no vazamento de informações, negadas no início da semana por Antônio Figueiredo Basto, advogado do doleiro. 

"O PMDB é um partido aliado do governo. Evidentemente que o partido espera, aguarda e tem certeza que o governo não se envolverá (na disputa pela Câmara), ao contrário de boato aqui e acolá", afirmou o ex-deputado Geddel Vieira Lima, um dos integrantes da executiva nacional da legenda.

Ele entende que, caso o governo não "tome cuidado" no apoio a Chinaglia, pode ter problemas na relação com o Congresso a partir de fevereiro.

Uma possível pressão do governo para eleger Chinaglia pode ser prejudicial, já que a votação é secreta e não há como cobrar a fidelidade dos deputados na eleição. Parlamentares recordam de 2005, quando o Palácio do Planalto queria o então deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) como presidente da Câmara, mesmo sem apoio da base.

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O resultado: Severino Cavalcanti (PP-PE) acabou eleito com apoio do baixo clero e de governistas descontentes.

"Acho que o PT tem legitimidade e direito de postular a presidência da Câmara. O que o PT não tem direito, e certamente não fará, é de cobrar de um governo de coalizão que prefira esse ou aquele candidato", comentou Geddel.

Formalmente, Cunha tem o apoio de partidos como o PSC, PTB, Solidariedade (SD) e o PRB. Destes, apenas o PRB é governista. Já Chinaglia conta com PCdoB e Pros.

O terceiro candidato, Júlio Delgado (PSB), recebeu o suporte de PSB, PSDB, PV e PPS. 

Fonte: Terra
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