BRASÍLIA - Uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) deflagrada nesta quinta-feira, 10, desmantelou uma quadrilha que vendia drogas para servidores e colaboradores públicos em um estacionamento localizado ao lado do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação, realizada após 12 meses de investigação, terminou com quatro presos em flagrante.
Em nota publicada logo após à deflagração da operação, o STF afirmou que o estacionamento não pertence ao Tribunal. A Corte também disse que não há registros de servidores envolvidos na prática de crimes.
"A investigação da Polícia Civil diz respeito a fornecimento que teria ocorrido em estacionamento próximo ao Supremo Tribunal Federal, mas que não pertence ao Tribunal. A administração do STF já tentou por diversas vezes regularizar e assumir o local para facilitar o controle, mas não houve autorização do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Além disso, não há registro de envolvimento de nenhum servidor do Tribunal na prática de crimes. O STF tem fornecido informações quando consultado pelos investigadores", escreveu o STF.
A operação, nomeada como "Shadow", mirou um grupo que vendia drogas para servidores que trabalham na área central de Brasília. A PC-DF mobilizou 50 policiais civis, com o auxílio de cães farejadores.
Os quatro homens presos são homens que possuem idades entre 23 e 37 anos. Todos eles já responderam a outros crimes na Justiça. Eles vão ser autuados pelos crimes de tráfico de drogas e associação ao tráfico, com penas que variam entre cinco a 15 anos de prisão.
Além das prisões, a PC-DF apreendeu dois quilos de maconha, cerca de R$ 3 mil em espécie, uma balança de precisão, um caderno de anotações, três munições de revólver calibre .38 e um veículo.
Ainda segundo os policiais, o grupo agia a partir de uma "rede bem organizada" de distribuição de drogas no centro de Brasília. Os criminosos utilizavam grupos de WhatsApp e transferências financeiras como forma de facilitar o comércio ilegal.
Em setembro do ano passado, a PC-DF prendeu um eletricista que prestava serviços para o STF e vendia cocaína no estacionamento ao lado da Corte. Ainda não se sabe se o homem, que não era ligado ao quadro de funcionários do Tribunal, tem relação com a quadrilha presa nesta quinta-feira.