Indiciado pela Polícia Civil do Distrito Federal, Jair Renan Bolsonaro foi acusado de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso, no âmbito da Operação Nexum. A operação investigou uma associação criminosa, declarações falsas e movimentações financeiras irregulares.
A Polícia Civil do Distrito Federal indiciou Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso. As acusações ocorrem no âmbito da Operação Nexum, pela qual o empresário Maciel Alves de Carvalho havia sido preso em agosto do ano passado. Ele também foi indiciado pelos mesmos crimes de Jair Renan.
A Polícia Civil informou, nesta quinta-feira, 15, que o relatório final da investigação foi encaminhado ao Poder Judiciário há uma semana, em 8 de fevereiro de 2024. Agora, cabe à Justiça decidir se aceita ou não a denúncia.
O processo está sob sigilo e mais informações não foram divulgadas oficialmente à imprensa. Porém, a PC já havia compartilhado, sobre a Operação Nexum, que a investigação apontou para a existência de uma associação criminosa cuja estratégia para obter indevida vantagem econômica passava pela inserção de um "testa de ferro" ou "laranja", para ocultar o verdadeiro proprietário das empresas de fachada ou empresas "fantasmas" utilizadas.
Ainda segundo a investigação, provas obtidas indicam que os alvos da operação fizeram nascer a falsa pessoa de ANTONIO AMANCIO ALVES MANDARRARI, cuja identidade falsa foi usada para abertura de conta bancária e para figurar como proprietário de pessoas jurídicas na condição de 'laranja'. Ainda segundo a polícia, os investigados forjavam relações de faturamento e outros documentos das empresas investigadas, bem como mantinham movimentações financeiras suspeitas entre si, inclusive com o possível envio de valores para o exterior.
Segundo o jornal O Globo, a fraude teria sido em um faturamento da empresa Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, que pertencia a Jair Renan. O valor declarado, de forma falsa, seria de R$ 4,6 milhões.
A empresa, que atuava na organização de feiras, congressos, exposições e festas, foi doada em março do ano passado para Marco Aurélio Rodrigues dos Santos, proprietário de um clube de tiro em Brasília. Na época, a companhia já era investigada pela Polícia Federal. Atualmente, ela consta como fechada na Receita Federal.