A Polícia Federal (PF) iniciou uma investigação para apurar a entrega de um maço de dinheiro por parte de Airton Souza (PL), prefeito eleito de Canoas, a uma pessoa que ainda não foi identificada. O inquérito foi aberto após um vídeo circular nas redes sociais, mostrando Airton Souza retirando um maço de notas de R$ 100 de dentro da calça e entregando a outro ocupante do veículo. O prazo para conclusão do inquérito é de 30 dias, com possibilidade de prorrogação.
No dia 27 de outubro, durante o segundo turno das eleições, circulou nas redes sociais um vídeo mostrando Airton Souza, prefeito eleito de Canoas pelo PL, retirando um maço de dinheiro de dentro da calça e entregando a outra pessoa dentro de um carro. Em resposta, o Ministério Público Eleitoral solicitou, em 29 de outubro, que a Polícia Federal investigasse o caso.
Entenda o caso
Em 28 de outubro, segunda-feira, Airton Souza foi questionado pela Rádio Gaúcha sobre um vídeo que circulava na internet, no qual ele aparece retirando um maço de dinheiro de dentro da calça e entregando a outra pessoa dentro de um carro. Souza afirmou que se tratava de um pagamento de compromissos pessoais, sem relação com a campanha eleitoral. Ele explicou ainda que o dinheiro era proveniente de reservas econômicas destinadas ao pagamento de uma dívida pessoal.
"Está na minha declaração de imposto de renda há mais de 10 anos, eu faço sempre uma reserva econômica do que eu ganhei no ano. Cada ano, eu reservo 10%, 15%, e deixo uma reserva de recursos. E ali eu estava honrando um compromisso pessoal. Não foi dentro do comitê, foi dentro de um carro. Ah, e por que estava na cintura? Porque botar no bolso chamaria atenção", afirmou.
Ainda durante a entrevista, o prefeito eleito afirmou não se lembrar exatamente quando o fato aconteceu.
"Não sei precisar a data, mas faz algum tempinho. Acredito que (faz) meses, respondeu. De mesmo modol, Airton disse que prefere não contar a quem repassou o maço com o dinheiro. Questionado se poderia revelar qual compromisso pessoal estava quitando, ele respondeu: "Não, não, eu prefiro me reservar o direito. É um compromisso pessoal meu e está encerrado o assunto".
Já na terça-feira (29), outra vez questionado sobre os fatos durante o Jornal do Almoço, da RBS TV, Airton Souza repetiu o tom da entrevista anterior, e pontuou que só falaria mais sobre a entrega do dinheiro caso fosse aberta uma investigação.
"Eu estava honrando um compromisso pessoal que diz respeito a mim e não à minha vida pública. Se tiver que dizer (a quem eu entreguei o dinheiro), que surja alguma investigação. Eu estou com minha vida totalmente transparente. Não tenho porque estar expondo pessoas que fazem parte disso aí. Quem gravou de forma mal-intencionada, que exponha", declarou.
No mesmo dia, a promotora Denise Sassen de Castro, de Canoas, encaminhou à Superintendência Regional de Polícia Federal no Rio Grande do Sul um pedido de abertura de inquérito sobre o caso. A apuração foi confirmada nesta quinta (31) pelo órgão de investigação.