Polícia Federal prende 'hacker da Vaza Jato' e faz buscas em endereço de Zambelli

Quatro mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva são cumpridos nesta quarta-feira

2 ago 2023 - 08h20
(atualizado às 11h58)
Carla Zambelli é alvo de operação da PF
Carla Zambelli é alvo de operação da PF
Foto: Reprodução

A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta quarta-feira, 2, Walter Delgatti, conhecido como "hacker da Vaza Jato", durante a Operação 3FA, que investiga a invasão dos sistemas do Poder Judiciário da União. A ação também faz buscas em endereços da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva no estado de São Paulo e três mandados de busca e apreensão no Distrito Federal. A PF ainda não deu detalhes sobre os materiais apreendidos, que serão analisados pelos investigadores.

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Entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foram invadidos para a inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). 

Os fatos investigados, segundo a Polícia Federal, configuram os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.

Confirmada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, a operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

O nome da Operação 3FA é uma referência à autenticação de dois fatores (2FA), método de segurança de gerenciamento de identidade e acesso que exige duas formas de identificação para acessar recursos e dados.

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Terceira prisão

Nesta quarta-feira, 2, Walter Delgatti foi detido pela terceira vez. Sua primeira prisão ocorreu em julho de 2019, durante a Operação Spoofing, que desarticulou uma "organização criminosa envolvida em crimes cibernéticos", de acordo com a Polícia Federal. As investigações revelaram que o grupo havia acessado contas do aplicativo de mensagens Telegram utilizadas por autoridades.

Em setembro de 2020, o hacker foi autorizado a responder ao processo em liberdade, porém sob algumas restrições, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de acesso à internet.

Em junho deste ano, Delgatti foi novamente preso por violar as medidas judiciais. Ele admitiu à PF que estava administrando as redes sociais e o site de Carla Zambelli, o que desrespeitava as condições estabelecidas para sua liberdade provisória.

Em 10 de julho, a Justiça mais uma vez autorizou sua soltura, com a condição de que ele utilizasse novamente a tornozeleira eletrônica.

Delação

Delgatti afirmou que faria uma delação premiada, e estaria interessado em detalhar à PF os serviços que prestou para a deputada federal Carla Zambelli durante o período eleitoral de 2022. O serviço incluía tentativas de fraudar urnas eletrônicas

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As informações foram apuradas pelo blog da Andréia Sadi, da GloboNews, com colaboração de Octavio Guedes, conforme noticiado nesta terça-feira, 1º. O hacker entregou para a investigação os extratos de pagamentos bancários que ligariam Zambelli a ele. A deputada negou qualquer relação de trabalho com Delgatti.

Além da relação com a deputada, o hacker também afirmou querer detalhar como foi uma conversa que teve com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio da Alvorada. Ele diz que teria tido uma ligação com Bolsonaro intermediada por Zambelli.

Segundo o Delgatti, Bolsonaro teria pedido para acessar o código fonte do TSE, além de acessar o email de Alexandre de Moraes. A interlocutores, Delgatti disse ainda que o ex-presidente teria prometido a ele indulto caso algo acontecesse.

O hacker diz que Bolsonaro teria feito pedidos para acessar o código fonte do TSE, além de acessar o email de Alexandre de Moraes. A interlocutores, Delgatti disse ainda que o ex-presidente teria prometido a ele indulto caso algo acontecesse.

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Fonte: Redação Terra
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