Em denúncia encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria-Geral da República (PGR) destacou que a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) escalou 200 homens sem experiência para conter os atos de manifestantes que invadiram prédios federais em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023. A informação é do Metrópoles.
De acordo com o site, mensagens trocadas entre membros do alto comando da PMDF na véspera dos atos golpistas revelam que foram escalados 200 praças em formação, que tinham ingressado na corporação recentemente.
Em relação à convocação desses policiais, a PGR diz que se tratava de um efetivo “sem qualquer experiência policial, postos de maneira covarde pelos mais altos oficiais da PMDF para conter milhares de insurgentes dispostos a confrontos físicos”.
A alegação da procuradoria se baseou em um diálogo entre os principais dirigentes da PMDF naquela ocasião: o coronel Klepter Rosa Gonçalves, ocupando o cargo de subcomandante, e o coronel Fábio Augusto Vieira, exercendo a função de comandante-geral da instituição durante os eventos de 8 de janeiro.
Cúpula da PMDF soube antes de atos
Segundo apurações realizadas pelo Terra, o comando da PMDF, que foi alvo de uma operação nesta sexta-feira, 18, tinha total ciência da gravidade dos atos que estavam sendo planejados para ocorrer em 8 de janeiro. A constatação é da PGR, que está conduzindo a investigação em colaboração com a Polícia Federal (PF).
De acordo com o relatório da PGR ao qual o Terra teve acesso, os procuradores possuem evidências de que a Polícia Militar inseriu agentes de inteligência no meio dos manifestantes com o intuito de obter informações.
Segundo a Procuradoria-Geral, a alta cúpula da corporação deixou de intervir para conter as invasões contra as sedes dos Três Poderes da República devido a uma afinidade ideológica com os manifestantes envolvidos nos atos golpistas.
"Investigações e análises conduzidas pela Procuradoria-Geral da República constataram uma profunda contaminação ideológica de parte dos oficiais da PMDF denunciados, que se mostraram adeptos de teorias conspiratórias sobre fraudes eleitorais e de teorias golpistas", diz parte do relatório.