"Política não pode estar dentro do quartel", diz Mourão

Vice-presidente concorda com a visão do comandante do Exército, Edson Pujol, para quem as Forças não têm interesse com atividade partidária

13 nov 2020 - 17h18
(atualizado às 18h40)

BRASÍLIA - O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta sexta-feira, 13, que a "política não pode estar dentro do quartel". Ao fazer o comentário, Mourão concordou com a visão do comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, para quem as Forças Armadas não têm interesse em se envolver com a atividade política partidária.

O Vice-Presidente da República, Hamilton Mourão, durante coletiva na noite desta quinta-feira (05), no Comando Militar da Amazônia em Manaus (AM), Mourão e uma comitiva de Ministros cumprem agenda de três dias na Amazônia acompanhados de Embaixadores de 10 países
O Vice-Presidente da República, Hamilton Mourão, durante coletiva na noite desta quinta-feira (05), no Comando Militar da Amazônia em Manaus (AM), Mourão e uma comitiva de Ministros cumprem agenda de três dias na Amazônia acompanhados de Embaixadores de 10 países
Foto: Edmar Barros / Futura Press

"Política não pode estar dentro do quartel. Se entra política pela porta da frente, a disciplina e a hierarquia saem pela dos fundos. O comandante do Exército coloca claramente o que é a nossa posição", destacou Mourão. Segundo ele, as Forças Armadas sofreram, antes de 1964, com uma politização "que só serviu para causar divisão".

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Em participação online durante evento do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa, na quinta-feira, 11, Pujol afirmou que, nos últimos dois anos, o Ministério da Defesa e as Forças Armadas se preocuparam exclusivamente com assunto militares. "Não queremos fazer parte da política governamental ou do Congresso Nacional e muito menos queremos que a política entre em nossos quartéis", disse ele.

Nesta sexta, ao se referir à declaração do comandante do Exército, Mourão lembrou que "os próprios regulamentos dizem que ao militar é vedado participar de eventos políticos partidários". O vice justificou dizendo que "a política tem paixões", que podem levar a debates que causam divisões. As restrições ao envolvimento com a política valem, na visão de Mourão – que é general do Exército reformado – para militares da ativa.

"O problema é o seguinte: nós, que somos da reserva, é uma outra situação. Os militares da ativa, esses realmente não podem estar participando disso", argumentou o vice, ao responder sobre a capacidade do cidadão de dissociar as Forças Armadas do governo, uma vez que militares ocupam cargos de ministros e de segundo escalão. "A nossa legislação foi mudada, no período de 64, porque exatamente o camarada era eleito, participava de processo eleitoral, e depois voltava pra dentro do quartel. Então, isso não era salutar", avaliou.

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