O PPS entrou nesta terça-feira com representação na corregedoria da Câmara dos Deputados para apurar o envolvimento do deputado Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ) em suposto desvio de recursos da prefeitura do Rio de Janeiro, entre 2011 e 2012, destinados a programas sociais. Rodrigo Bethlem ocupou as pastas da Ordem Pública e de Assistência Social no governo do prefeito Eduardo Paes. As informações são da Agência Câmara.
Os convênios com a ONG Casa Espírito Teslo vinham sendo analisados pelo Tribunal de Contas do Município porque havia indícios de fraudes. No último fim de semana, as revistas Época e Veja publicaram reportagens com base em gravações de conversas do deputado com a ex-mulher, na qual ele afirma que teria recebido da ONG cerca de R$ 100 mil por mês durante o prazo do convênio.
O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), acredita que a Câmara deve ser rápida em investigar denúncias como essa. “A questão do decoro parlamentar, quando um é atingido, atinge a todos. E se a Câmara dos Deputados não tomar providências, evidentemente que nós ficamos vulneráveis”, afirmou. “Sem preconceito ou sem prejulgamento de quem quer que seja", acrescentou.
A representação do PPS será analisada primeiro pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves. Se o pedido for aceito, a corregedoria abrirá investigação e poderá pedir, ao final do processo, abertura de processo por quebra de decoro parlamentar junto ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
Nota
A reportagem tentou contato telefônico com o deputado Rodrigo Bethlem, mas as ligações não foram completadas. No sábado, o deputado divulgou nota na qual nega as denúncias. Ele afirma que a ex-mulher sofre de problemas mentais e que ela própria já teria desmentido as acusações.
Na nota, Bethlem diz ainda que as acusações têm motivação eleitoral, que não possui conta bancária no exterior, ao contrário do que teria dito nas gravações, e que nunca fez nada que pudesse desabonar sua conduta durante o período em que foi secretário.