A liderança do PPS na Câmara protocolou na manhã desta segunda-feira, na Secretaria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, requerimentos de convocação do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e do ex-ministro Antonio Palocci. O depoimento dos dois na comissão, no entanto, depende de aprovação do pedido pela maioria dos integrantes da CPMI, o que não tem previsão de acontecer.
Segundo reportagem publicada pela revista Veja, Paulo Roberto revelou à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público que foi procurado por Palocci, um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff à Presidência em 2010. O ex-ministro da Fazenda, que já havia sido membro do Conselho da Petrobras, precisava, com urgência, de R$ 2 milhões.
João Vaccari Neto, segundo reportagem de domingo do jornal Folha de S. Paulo, participou como mediador de contatos entre operadores do doleiro Alberto Yousseff e os fundos de pensão dos empregados da Petrobras, o Petros, e dos Correios, o Postalis. De acordo com a reportagem, a PF encontrou, em computadores de pessoas ligadas ao doleiro mensagens que apontam o envolvimento do tesoureiro do PT.
A CPMI da Petrobras retoma as atividades no dia 8 de outubro com o depoimento de Meire Bonfim Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef. Em depoimento à PF, ela revelou que mais de 50 empresas estão envolvidas no esquema de lavagem de dinheiro que era comandado pelo doleiro.
As perguntas a Meire Poza serão feitas com base nos depoimentos colhidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba que já estão com a comissão. No despacho que liberou o material à CPMI, o juiz Sérgio Mouro explica que, além das alegações da contadora, está disponível o material apreendido na empresa de Meire, a Arbor Contabilidade, que é alvo do inquérito policial.
Meire Poza já esteve no Congresso, em agosto. À época, no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, ela afirmou que deputado Luiz Argôlo (SD-BA) recebeu dinheiro do doleiro e que os dois mantinham "negócios ilícitos".