Em posts publicados em suas redes sociais, pré-candidatos à Presidência da República comentaram neste domingo, 8, o alvará de soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, num prazo de cinco horas, foi concedido e revogado por desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
Após o desembargador Rogério Favreto conceder habeas corpus a Lula por volta das 9h no plantão deste domingo, o relator da Lava Jato no TRF-4, João Pedro Gebran Neto, anulou a liminar pouco depois das 14h. Agora há pouco, Favreto voltou a determinar a libertação de Lula.
Ao falar sobre o caso, a pré-candidata da Rede, Marina Silva, escreveu em sua conta no Twitter que a atuação excepcional de um plantonista não deveria provocar turbulências políticas que coloquem em dúvida a autoridade de decisões judiciais colegiadas.
O ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB, ressaltou que o Brasil precisa de ordem e segurança jurídica em todas as áreas. "Não podemos transformar o sistema de justiça em fator de instabilidade. Ao contrário, o Judiciário deve ser ponto de equilíbrio".
Mais enfático, o senador Álvaro Dias, pré-candidato do Podemos, escreveu que o despacho de Favreto provoca anarquia no Judiciário e causa "indignação e revolta na sociedade". Ele lembrou ainda que o desembargador era filiado ao PT antes de se tornar juiz. "Decisão de soltura de Lula, que anarquiza o Judiciário e causa indignação e revolta na sociedade, é responsabilidade de um desembargador aloprado que serviu a governos petistas", postou o ex-governador do Paraná no Twitter.
Em nota encaminhada à imprensa, o ex-ministro Henrique Meirelles pré-candidato do MDB, disse ser absolutamente contra a politização da Justiça. "O sistema judicial é pilar da nossa democracia, e o respeito às normas processuais é essencial", declarou.
A favor de Lula, o pré-candidato do PSOL, Guilherme Boulos, chamou de "chicana" as manobras do juiz Sergio Moro e do desembargador Gebran Neto para anular o habeas corpus de Lula. "Nunca se viu um juiz e um desembargador de férias atuarem com tamanha prontidão para revogar uma decisão judicial", comentou Boulos, acrescentando que o episódio comprova a "partidarização do Judiciário".