A posse do prefeito eleito de Choró, Carlos Alberto Queiroz, conhecido como Bebeto do Choró (PSB), e de seu vice, Bruno Jucá (PRD), foi suspensa na manhã desta quarta-feira, 1º, pela Justiça Eleitoral. A decisão foi tomada pela 6ª Zona Eleitoral de Quixadá, após pedido do Ministério Público do Ceará (MPCE), devido às suspeitas de crimes eleitorais e vínculos com grupos criminosos que envolvem o prefeito eleito.
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A suspensão da posse foi anunciada durante a cerimônia de empossamento dos vereadores na Câmara Municipal. O presidente da Casa, vereador Paulo George Saraiva (PSB), assumiu o cargo de prefeito interino.
"Em virtude de decisão judicial que suspendeu a posse do prefeito e do vice-prefeito de Choró, eu convido a vice-presidente a tomar assento na presidência enquanto eu irei tomar posse como prefeito interino", declarou Paulo George, sob aplausos dos presentes.
Bebeto do Choró foi diplomado por procuração no último dia 14, em cerimônia realizada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE). Seu filho, Daniel Queiroz, representou o prefeito eleito para evitar sua prisão. Bebeto recebeu 61,1% dos votos válidos nas eleições de outubro, mas enfrenta acusações de compra de votos e corrupção.
Investigações e denúncias
Bebeto foi alvo de três operações recentes realizadas pelo MPCE e pela Polícia Federal (PF). Na operação Mercato Clauso, deflagrada em outubro, o político foi investigado por supostamente utilizar recursos ilícitos provenientes de contratos públicos fraudulentos para financiar sua campanha.
Em novembro, a operação Ad Manus resultou na prisão do então prefeito de Choró, Marcondes Jucá, e na emissão de um mandado de prisão contra Bebeto, ainda foragido. Já em dezembro, a operação Vis Occulta apontou novos indícios de compra de votos e influência em municípios do Ceará.
Conversas interceptadas pela PF reforçam as acusações contra Bebeto. Em um áudio, o prefeito eleito comenta o custo elevado da compra de votos: "Mas só para votar... ele é doido, é caro demais, mano... ele consegue quantos votos?".