Prefeitura de SP reduz previsão de investimento em R$ 1,1 bi

Proposta encaminhada pela Prefeitura à Câmara Municipal não quantifica ações prioritárias e retira conselhos participativos

27 abr 2021 - 05h10
(atualizado às 07h36)

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), enviou para a Câmara Municipal um Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que deixa de quantificar as metas de suas ações prioritárias para o ano que vem. O projeto também retira a atuação dos conselhos participativos das subprefeituras na organização das discussões sobre o orçamento de 2022, que deve ser formulado até o fim de setembro.

Bruno Covas faz anúncio sobre medidas de combate ao coronavírus em SP
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Foto: Rogério Galasse/ / Futura Press

A LDO proposta por Covas, que está em discussão na Comissão de Finanças da Câmara, traz ainda uma redução na previsão de investimentos de cerca de R$ 1,1 bilhão ante as projeções feitas no ano passado para o orçamento de 2022 - de R$ 6,5 bilhões para os atuais R$ 5,35 bilhões. As projeções haviam sido feitas antes do início da pandemia do coronavírus no País, a partir de março de 2020.

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Os conselhos participativos são organismos existentes em todas as subprefeituras da cidade desde 2013, constituídos por meio de eleição. Até aqui, esses órgãos tinham função de organizar as discussões sobre o orçamento da cidade do ano seguinte, de modo a garantir a participação popular no processo. Na LDO deste ano, porém, Covas retirou a citação à atuação dos conselhos, entregando a função à Subsecretaria de Planejamento e Orçamento da Secretaria Municipal da Fazenda, chefiada pelo auditor fiscal Fabiano Martins de Oliveira.

Números

A LDO é um texto que traz algumas definições para a lei que estipula o orçamento que a Prefeitura terá para o ano seguinte. O documento apresenta uma relação de projetos do governo que serão prioridade da gestão. A LDO de 2020 trazia, por exemplo, a proposta de "construir 12 mil unidades habitacionais". Neste ano, a meta é "construir moradias de interesse social". A proposta de "recuperar 20 pontes, viadutos, passarelas e/ou túneis", um tema que ganhou destaque na capital depois de o Viaduto da Marginal do Pinheiros desabar, em novembro de 2018, deu lugar à meta de "realizar obras de recuperação ou reforço em pontes, viadutos ou túneis", para citar alguns exemplos.

O assessor de Mobilização da Rede Nossa São Paulo, Igor Pantoja, afirmou que a retirada das metas na LDO, em si, só não é um problema porque existe a discussão do Plano de Metas e do Plano Plurianual, que também estão em andamento na cidade neste momento. Portanto, caso a cidade não tenha metas objetivas para fiscalizar a Prefeitura nessa discussão, poderá ter nestas outras frentes. "Mas a retirada dos conselhos pode diminuir a participação popular", afirmou.

A Prefeitura não informou por que a LDO não contempla mais metas quantificadas. Por meio de nota, a gestão Covas declarou que os quantitativos "podem ser acompanhados no Programa de Metas", e que "a administração tem realizado esforços contínuos para ampliar a participação popular nos processos orçamentários".

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Afirmou, ainda, que os cidadãos têm até o próximo domingo, dia 2, para enviar propostas para a composição da Lei do Orçamento do ano que vem, que estão sendo recebidas pela internet.

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