Jair Bolsonaro voltou a se exaltar contra jornalistas. E, novamente, um dos alvos foi um profissional da CNN Brasil. Nesta sexta-feira (25), em Sorocaba (SP), ele reagiu mal quando uma repórter da emissora perguntou sobre o atraso na compra de vacinas.
“Para de fazer pergunta idiota, pelo amor de Deus”, disparou o presidente. Ele chamou outro jornalista de “ridículo”. Na segunda-feira (21), em Guaratinguetá, Bolsonaro contestou a cobertura feita pelo canal da Avenida Paulista das manifestações de rua pró-impeachment realizadas no sábado (19).
“CNN? Vocês elogiaram a passeata, né? Jogaram fogos de artifício em vocês e vocês elogiaram ainda”, reclamou. Na mesma ocasião, destratou a repórter Laurene Santos, da TV Vanguarda, afiliada da Globo. Mandou a jornalista calar a boca e disse que ela tinha que sentir vergonha do trabalho que faz.
Na terça (22), no quadro ‘Liberdade de Opinião’, da CNN Brasil, o comentarista Sidney Rezende desaprovou a postura de Bolsonaro com a imprensa. “O presidente foi muito infeliz”, disse. “Precisa ter mais equilíbrio emocional.” E completou: “Foi deselegante”.
Vários âncoras do canal de notícias contradizem abertamente Bolsonaro diante das câmeras. Entre eles, Rafael Colombo, do ‘CNN Novo Dia’, Marcio Gomes, do ‘CNN Prime Time’, e William Waack, do ‘Jornal da CNN’.
O dono da TV, Rubens Menin, é apoiador de Bolsonaro. Dias atrás, o empresário gerou manchetes ao defender, no Twitter, o tratamento precoce contra a covid-19, repetindo argumento sem comprovação científica propagado pelo presidente.
Vista com desconfiança na época de seu lançamento, em março de 2020, pela hipótese de ser pró-Bolsonaro, a CNN Brasil tem sido tão crítica ao presidente quanto sua principal concorrente, a GloboNews. O devotado bolsonarista Alexandre Garcia, ex-Globo, é praticamente uma voz isolada no canal.