Presidente da CPMI do 8/1 se reúne com comandante do Exército e fala em 'preservar instituições'

Arthur Maia toma café da manhã com general Tomás Paiva e afirma que é preciso separar ações de 'alguns militares' do comportamento de todo o Exército

23 ago 2023 - 12h32

BRASÍLIA - Diante das investidas de parte dos membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro para convocar militares, o presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), se reuniu nesta quarta-feira, 22, com o comandante do Exército, general Tomás Paiva, e o ministro da Defesa, José Múcio. Após o café da manhã de três horas no Quartel General da força terrestre, Maia blindou a corporação ao dizer que a CPMI precisa preservas as "instituições democráticas" e separar atitudes isoladas de "alguns militares" do comportamento de toda a corporação.

BRASILIA DF NACIONAL 13/06/2023 - Comissv£o Parlamentar Mista de Inquv©rito dos Atos de 8 de janeiro de 2023 Apreciavßv£o de requerimentos. Dep. Arthur Oliveira Maia (UNIvÉO - BA) FOTO BRUNO SPADA AGENCIA CAMARA
BRASILIA DF NACIONAL 13/06/2023 - Comissv£o Parlamentar Mista de Inquv©rito dos Atos de 8 de janeiro de 2023 Apreciavßv£o de requerimentos. Dep. Arthur Oliveira Maia (UNIvÉO - BA) FOTO BRUNO SPADA AGENCIA CAMARA
Foto: Bruno Spada/Agência Câmara / Estadão

"Eu acho que é muito importante que a gente conclua os nossos trabalhos preservando, sobretudo, as instituições brasileiras", disse Maia. "Mostrando para todo o nosso País que o fato de alguns militares, pessoas físicas, terem eventualmente se envolvido com essas movimentações antidemocráticas que aconteceram e projetaram o 8 de janeiro, isso tem que ser separado, totalmente separado, das forças armadas brasileiras", completou.

Maia disse que foi ele quem ligou para o comandante do Exército com o pedido de que se reunissem para discutir a situação dos militares na CPMI. Fato é que nas últimas semanas a corporação tem se movimentado nos bastidores para evitar desgastes à sua imagem diante das investidas da Polícia Federal (PF) e da CPMI contra oficiais de alta patente suspeitos de terem se envolvido com a organização dos atos golpistas de 8 de Janeiro e com o esquema de desvios de bens do acervo da Presidência para favorecer o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Eu reputo o Exército brasileiro como uma instituição gloriosa, que tem um significado indispensável não só para o Brasil", disse Maia. Ele ainda afirmou que o ministro da Defesa é uma pessoa com quem tem se "aconselhado" para conduzir a CPMI de forma "ordeira".

O presidente da CPMI ainda repetiu o discurso da relatora Eliziane Gama (PSD-MA) em entrevista ao Estadão, na qual ela afirmou que constará em seu relatório a afirmação de que a tentativa de golpe de Estado no dia 8 de Janeiro fracassou por causa da atuação dos militares. "O papel das Forças Armadas foi fundamental para que preservamos a democracia no nosso país", disse Maia.

Quando questionado se o café da manhã no Quartel General do Exército serviu para o chefe da corporação fazer pedidos à CPMI, Maia negou que o comandante da força terrestre tenha feito pedidos para que se convoque ou deixe de convocar determinados militares. A relatora da CPMI quer aprovar a quebra de sigilo bancário do general de quatro estrelas Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid, o que é visto com temeridade pelo Exército. "Em relação aos requerimentos, isso (café da manhã) não muda absolutamente nada", garantiu Maia.

O presidente da CPMI ainda taxou como um ponto fora da curva as denúncias de policiais militares de que o Exército teria impedido a remoção dos acampamentos golpistas em frente ao Quartel General em Brasília. Maia afirmou que no período da transição de governo havia militares que "queriam manifestar um sentimento contra a democracia", mas que eram opiniões de "pessoas físicas", não do Exército.

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O tenente-coronel Mauro Cid e o presidente da CMPI do 8 de janeiro, Arthur Maia durante sessão no colegiado
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado / Estadão
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