O presidente do PMDB, Valdir Raupp, afirmou na noite desta quarta-feira que é possível que a legenda retome parceria com o PT, aliado na esfera federal, no Rio de Janeiro. A declaração foi feita em razão de uma reunião que reúne caciques peemedebistas que discutem o posicionamento do partido sobre a reforma ministerial em curso pela presidente Dilma Rousseff e também sobre alianças regionais.
Em pelo menos sete Estados, PT e PMDB possuem divergências e podem ficar em lados opostos nas disputas por governos estaduais. A cisma entre os partidos pode afetar o espaço de palanque para a presidente Dilma Rousseff, que fará campanha por reeleição. “O Lindbergh não decolou nas pesquisas de intenção de votos, por que não ainda voltar para a aliança original PMDB-PT no Rio de Janeiro?”, sugeriu Raupp. O senador Lindbergh Farias (PT) ameaça se candidatar e enfrentar Luiz Fernando Pezão (PMDB), atual vice-governador na mal avaliada gestão de Sérgio Cabral.
“Acho que nada está decidido ainda. Tem quase seis meses ainda para o início das convenções no mês de junho, muita água vai passar por baixo da ponte ainda, Estados que não têm aliança formada poderão formar. Na política tudo pode acontecer”, afirmou o presidente do PMDB.
No Ceará, Raupp afirma que não há possibilidade de o senador Eunício Oliveira deixar de se candidatar ao governo estadual para que o partido apoie uma chapa com um nome petista à frente. “É irremovível (a candidatura do Eunício). Ele está em primeiro lugar nas pesquisas. Quem está disparado nas pesquisas não abre mão para alguém que não está nem lançado ainda”, disse.
Reforma ministerial
Valdir Raupp minimizou a reação negativa do PMDB diante da negativa que a presidente Dilma Rousseff deu ao partido às aspirações de ampliar seu espaço na Esplanada dos Ministérios. “Não teve balde de água fria, até porque não teve nenhuma decisão. Se ela não decidiu absolutamente nada até agora, não jogou balde de água fria em partido nenhum”, disse.
Apesar das declarações do presidente do PMDB, Dilma conversou com o vice-presidente Michel Temer nesta quarta-feira pela segunda vez na semana. Ela tentou reduzir o atrito com o aliado ao mudar o discurso: se antes ela tinha negado mudança no posicionamento de peemedebistas entre os ministérios, agora prometeu uma nova resposta até o dia 29.
“Não teve nada conclusivo até agora. E ela fez questão de dizer para o presidente Michel Temer que são reuniões preliminares, isso vai ser decidido na volta dela, na viagem que irá fazer”, afirmou Raupp. Dilma embarca no dia 22 para Davos (Suíça), onde participa do Fórum Econômico Mundial. Em seguida, ela ainda participa de cúpula do Mercosul em Caracas (Venezuela) e reunião dos chefes de Estado e de governo da Cúpula dos Estados Latino Americanos e Caribenhos (Celac), em Havana (Cuba). Só depois da viagem que ela retomará a condução da reforma ministerial.