BELO HORIZONTE - O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, afirmou nesta sexta-feira, 9, em Belo Horizonte, que o partido vai reagir a "qualquer atitude anticivilizatória" e a "qualquer posição autoritária" do presidente Jair Bolsonaro. Ao mesmo tempo, disse que a legenda pretende apoiar pautas "liberais" do governo para a livre iniciativa e geração de emprego e renda.
"O PSDB vai reagir de forma sempre muito firme a qualquer atitude anticivilizatória, qualquer posição autoritária, qualquer coisa que leve a posições extremas. O PSDB vai colaborar, como colaborou, com a reforma da Previdência. Quando a pauta for liberal, apoio à livre iniciativa, geração de emprego e renda, conta com o PSDB. Quando a pauta for posições extremas, que tratem com relações desrespeitosas regiões do país, que cobre posições e negue posicionamentos claros da História brasileira, vai ter reação do PSDB", disse Araújo, que participou na capital mineira de encontro com lideranças do Estado.
O PSDB apoiou Bolsonaro na disputa presidencial de 2018, mas não faz parte da base do governo no Congresso Nacional. Araújo disse que os tucanos não fizeram nenhuma indicação para o atual governo.
O comentário de Araújo, que é de Pernambuco, ocorre depois de declarações de Bolsonaro sobre Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, (OAB), Felipe Santa Cruz, que lutou contra a ditadura militar, também depois de o presidente ter supostamente chamado de "paraíbas" moradores da região Nordeste. Sobre Fernando Santa Cruz, Bolsonaro disse que teria sido morto por colegas da esquerda. Documentos oficiais do Estado brasileiro indicam, no entanto, que o pai do presidente da OAB foi morto pela repressão.
O presidente do partido afirmou ainda que o PSDB pretende reagir a extremos de direita e de esquerda. "Mantendo posições muito firmes de um partido que acredita no liberalismo da economia e nas políticas sociais para diminuir as desigualdades".
Bruno Araújo reconheceu que o comportamento atual de Bolsonaro é o mesmo de antes da eleição. "O PSDB ficou com duas alternativas. Ou o PT ou o Bolsonaro. Teve que optar. Nossa natureza foi anti-PT. O enfrentamento ao PT. Eu votei em Bolsonaro como negação ao PT, que foi o partido que enfrentamos. Talvez a liturgia da Presidência da República, da cadeira da Presidência da República impusesse alguns limites. Talvez esses limites não tenham sido estabelecidos pela força da instituição. O PSDB não rasga o voto nem deixa de decidir", declarou.