'Pretendo ser o escudo e a espada de Bolsonaro', diz Mourão

General ainda disse que 'não vai receber ninguém na garagem a meia-noite', nem repetir certas atitudes de seus antecessores

23 nov 2018 - 17h17
(atualizado às 17h30)

O vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão (PRTB), afirmou nesta sexta-feira, 23, durante o painel Brasil de Ideias, promovido pela Revista Voto, que pretende ser  "o escudo e a espada de Bolsonaro", destacando a importância do papel do vice no atual cenário político. "Não vamos receber ninguém na garagem a meia-noite, podem ter certeza disso aí", disse, em alusão a um dos trechos da conversa entre o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista, da JBS,  recuperados pela Polícia Federal.

Ainda afirmou que pretende cortar mais das metades dos cargos disponíveis na vice-presidência. "A determinação do presidente é de que esta racionalização atinja todos os setores", explicou.

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O vice-presidente eleito Hamilton Mourão chega ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília (DF), onde funciona o gabinete de transição do governo, nesta quinta-feira (22).
O vice-presidente eleito Hamilton Mourão chega ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília (DF), onde funciona o gabinete de transição do governo, nesta quinta-feira (22).
Foto: FáTIMA MEIRA/FUTURA PRESS / Estadão

Segundo o vide-presidente, o novo governo será norteado pelo sistema democrático, rechaçando qualquer possibilidade de haver uma intervenção militar avalizada pelo Palácio do Planalto. "Ninguém tem dúvida de que a democracia liberal é o grande sistema capaz de levar as nações ao progresso", reafirmou. "A democracia liberal enfrenta desafios como a nossa, com mais de 200 milhões de habitantes com suas demandas sociais e necessidades. Nós temos que buscar solucionar tudo aquilo que nos aflige."

Mourão também comentou o ruído gerado na composição do novo governo, no caso do indicado ao Ministério da Fazenda, Paulo Guedes, ter desautorizado a fala do ministro extraordinário da Transição e futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, sobre a reforma da Previdência. "Ministro não controla ministro, ambos estão no mesmo nível. Eu sempre cito o exemplo do quartel, onde o comandante da 1ª companhia não dá ordens para o comandante da 2ª companhia, pois se equivalem", disse.

Sobre as estratégias do novo governo, o general endossou a defesa de Paulo Guedes a um novo pacto federativo com "menos Brasília e mais Brasil" e a retomada de protagonismo do Congresso. "Nós queremos ter uma relação estreita com o Poder Legislativo, pois ele é o grande fiscalizador do Executivo", afirmou o vice-presidente eleito. "Vamos devolver a ele a sua grande atribuição de efetivamente montar o orçamento. Das grandes ideias que nós temos uma delas é desvincular tudo no orçamento da União e entregar este pacote na mão dos nossos representantes no Congresso".

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