A prisão de executivos e até presidentes de grandes empreiteiras na Operação Lava Jato da Polícia Federal deve favorecer a busca pela delação premiada por muitos detidos na investigação, segundo a opinião do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Para ele, deve haver um efeito cascata: "Isso é um rastilho de pólvora. Quando um começa a falar, o outro diz: Vai sobrar só para mim?'. E aí eles começam a falar mesmo." As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
“Todos vão negociar. Se um abrir a boca, abre todo mundo. Um me perguntou: E se eu não tiver ninguém para entregar?' Eu disse: Sempre tem, você pode se entregar, se entregue, autodelação'. Eu só não aceito perdão judicial (no acordo de delação). Se for um crime que tenha já semiaberto, sempre que for possível eu vou botar o aberto. Vá cumprir pena em casa, sem problema nenhum”, comentou.
Janot ainda falou sobre a existência de uma quadrilha atuando dentro da Petrobras. Para ele, “em princípio, tudo indique que sim”, mas ressaltou que “ainda é cedo para falar”.
Construção de presídios
Rodrigo Janot disse ao jornal que o dinheiro bloqueado pode servir como fonte para a construção de novos presídios, que serão praticamente doados pelas empreiteiras. “Se as empreiteiras vierem (fazer delação), nas cláusulas do acordo, vamos colocar a exigência para a construção de presídios. Nós vamos ter que fazer licitação para construir? Não. Eles vão me dar é in natura”, falou.