Procurador de Contas pede ao TCU que mande Bolsonaro devolver presentes

Representação também requisita pente-fino do Tribunal de Contas da União nos itens recebidos pelo ex-presidente ao longo dos quatro anos de governo

4 set 2023 - 15h49
(atualizado às 16h25)
Ex-presidente Jair Messias Bolsonaro
Ex-presidente Jair Messias Bolsonaro
Foto: Carolina Antunes/PR

O Ministério Público pediu nesta segunda-feira, 4, um pente-fino do Tribunal de Contas da União (TCU) nos presentes diplomáticos recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O órgão também sugere, como medida cautelar, a devolução 'imediata' de todos os presentes recebidos por Bolsonaro em viagens oficiais ao exterior ou durante visitas de autoridades estrangeiras ao Brasil.

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"Cabe a esse Tribunal realizar levantamento dos itens recebidos para que seja dado prosseguimento a` sua devida incorporação ao patrimônio da União", diz a representação assinada pelo subprocurador-geral Lucas Furtado.

O pedido é para o TCU mapear todos os itens e verificar se eles foram incorporados ao patrimônio da União. Os presidentes podem receber presentes oficiais, mas eles precisam ser restituídos ao acervo público. A exceção é para itens de 'caráter personalíssimo', como roupas e perfumes.

Como mostrou o Estadão, o ex-presidente recebeu mais de nove mil presentes ao longo do governo (2019-2022). Os itens foram catalogados pelo Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência da República e estão listados em um inventário obtido na investigação da Polícia Federal (PF) sobre o destino dos objetos.

O ex-presidente e seus assessores foram envolvidos em uma trama de venda e recompra de peças que teriam desviado do acervo presidencial. Os presentes chegaram a ser negociados em lojas especializadas na venda de artigos de luxo nos Estados Unidos e até anunciados em sites de leilão, conforme descobriu a PF.

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Partiu do Tribunal de Contas da União a primeira ordem para Bolsonaro devolver presentes que teria mantido indevidamente. A decisão da Corte alcançou um kit de joias sauditas e levou auxiliares do ex-presidente a darem início ao que a Polícia Federal tem chamado de 'operação resgate' - um esforço para recuperar itens que já haviam sido vendidos.

O ex-presidente e a ex-presidente-dama, Michelle Bolsonaro, seriam ouvidos pela Polícia Federal na semana passada, em depoimentos simultâneos com outros investigados para evitar versões combinadas, mas decidiram ficar em silêncio alegando que o caso deveria correr na primeira instância e não no Supremo Tribunal Federal (STF).

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