Projeto que quer resgatar verbas do orçamento secreto pode custar R$ 4,6 bilhões

Proposta pode ser votada ainda nesta quarta-feira pelo Senado

19 fev 2025 - 18h53

BRASÍLIA - O senador Carlos Portinho (PL-RJ), líder do PL no Senado, admitiu, nesta quarta-feira, 19, que apenas um projeto para resgatar verbas não gastas do Orçamento desde 2019 pode custar R$ 4,6 bilhões. Portinho é o relator da proposta. Como revelou o Estadão, a cúpula do Congresso Nacional quer salvar verbas do orçamento secreto e outras emendas parlamentares que não foram pagas nos últimos anos e são questionadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Plenário do Senado discute projeto que pode resgatar verbas do orçamento secreto
Plenário do Senado discute projeto que pode resgatar verbas do orçamento secreto
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado / Estadão

A ação tem participação do presidente do SenadoDavi Alcolumbre (União-AP), e do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Um dos projetos foi apresentado pelo líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), e "ressuscita" recursos desde 2019 que não foram pagos, incluindo R$ 2 bilhões do orçamento secreto, esquema revelado pelo Estadão. A ideia é poder gastar esses recursos até o fim de 2026.

Segundo Portinho, os custos de um dos projetos teriam sido estimados pelo Tesouro Nacional. "Esse valor representa o teto estimado, ou seja, um limite máximo teórico. Na prática, impacto real deve ser significativamente menor, uma vez que as restrições que imponho no substitutivo limitam a abrangência da medida, reduzindo a quantidade de despesas passíveis de prorrogação e o montante efetivamente afetado", disse o senador ao ler seu relatório na tribuna do Senado nesta quarta-feira.

Portinho incluiu em seu relatório restrições para o resgate dos restos a pagar. Não poderão ser pagos valores relativos a obras e serviços que estejam sob investigação ou apresentem indícios de irregularidade, por exemplo. O relator também estabeleceu que, "para a garantia da transparência e da rastreabilidade", esses restos a pagar revalidados deverão seguir as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal e a lei complementar das emendas parlamentares aprovada no ano passado. A proposta está em discussão e pode ser votada ainda hoje pelos senadores no plenário do Senado.

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Plenário do Senado discute projeto que pode resgatar verbas do orçamento secreto
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado / Estadão
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