O Partido Socialista Brasileiro (PSB) apresentou na segunda-feira um documento em que propõe a realização de plebiscito para a reforma política em outubro de 2014, simultaneamente à eleição presidencial. A tese do partido presidido pelo governador Eduardo Campos (PE) contraria a agenda da presidente Dilma Rousseff e do PT, que pretendem antecipar a consulta popular. A direção do PSB entende que qualquer mudança na legislação, seja no financiamento de campanhas ou no modelo de votação, só deve valer após o pleito do ano que vem. A sigla também propôs o fim da reeleição, com coincidência de mandatos de cinco anos, durante reunião realizada em Recife. As informações foram publicadas no jornal Folha de S. Paulo.
O fim das coligações proporcionais é outra proposta que consta no documento dos correligionários de Campos. Os dois itens também estão na contramão do que é pretendido pelos petistas, que dá prioridade ao voto em lista e ao financiamento público. A revisão do pacto federativo também foi incluída no texto. A tese, que prevê mudanças nas atribuições da União, Estados e municípios, é difundida por Campos em palestras que faz pelo País para divulgar sua pré-candidatura à Presidência. Com o documento aprovado, o presidente do PSB agora quer marcar marcar posição sobre temas da reforma política sem questionar o mérito do plebiscito defendido pelo Palácio do Planalto. Campos, que integra a base de sustentação ao governo Dilma, também deseja evitar alinhamento automático a Aécio Neves (PSDB) e outros líderes da oposição, que recusam, pelo menos por ora, diálogo com a presidente.