O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), defendeu nesta segunda-feira a dissolução da Comissão de Ética Pública da Presidência da República. A opinião foi expressada, por meio de nota, após arquivamento de representação contra a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, sobre o uso de helicóptero da Polícia Rodoviária Federal durante viagens a Santa Catarina.
De acordo com o líder, o colegiado teve sua função invertida: "em vez de aplicar a legislação que rege a conduta dos agentes da alta administração federal, serve apenas para limpar a barra dos auxiliares da presidenta Dilma Rousseff". Após pedido de vista de um dos conselheiros, a Comissão deliberou que a ministra não cometeu infração ética.
Após o resultado, Ideli Salvatti declarou estar feliz porque tinha "absoluta convicção que não tinha cometido nenhuma ilegalidade, nenhuma atitude antiética". "Eu estava a trabalho", disse. Segundo ela, os seus deslocamentos no interior do estado não colocaram em risco o atendimento de vítimas de acidentes. "Até porque em Santa Catarina temos vários helicópteros que atendem os acidentes", explicou a ministra.
Já de acordo com o deputado do PSDB, a comissão responsável por analisar a conduta ética dos membros da administração federal tem efeito "deletério, já que ela vem interpretando a legislação de maneira tolerante com malfeitos e irregularidades" e "acaba legitimando falcatruas".
Para Antonio Imbassahy, a decisão da Comissão de Ética contrasta com a do Ministério Público Federal (MPF) de Santa Catarina, que, segundo ele, anunciou "o ajuizamento de ação por improbidade administrativa contra a ministra e a devolução de R$ 35 mil pelo uso da aeronave". O deputado disse que vai protocolar ação no MPF para apurar essas divergências.
"Esta é a opinião do PSDB, não é a minha", limitou-se a dizer Ideli Salvatti sobre as acusações do deputado.