Psol pede que Conselho de Ética da Câmara investigue Bethlem

Deputado Chico Alencar afirma que denúncias contra ex-secretário do Rio são caso de cassação de mandato

31 jul 2014 - 14h09
(atualizado às 14h55)
Deputado federal Chico Alencar a representação será entregue na próxima terça-feira
Deputado federal Chico Alencar a representação será entregue na próxima terça-feira
Foto: Gustavo Lima / Agência Câmara

O Psol anunciou nesta quinta-feira que entrará com representação contra o deputado federal Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ), acusado de corrupção quando era secretário municipal no Rio de Janeiro, no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Segundo o deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ), a representação pedindo para que ele seja investigado pelo Conselho de Ética deve ser entregue na próxima terça-feira. Esta semana, o PPS entrou com representação em outro órgão do Congresso, a Corregedoria, pedindo que as denúncias contra Bethlem sejam apuradas. O Psol entendeu que o pedido protocolado na Corregedoria não é o suficiente.

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Segundo Alencar, na Corregedoria, o processo corre em sigilo, sem prazo para acabar e é procedimento de investigação preliminar que pode resultar em decisão para encaminhar o caso justamente ao Conselho de Ética. "As acusações são graves e por isso entendemos que devem ser levadas diretamente ao Conselho de Ética, que tem regras mais claras. Assim o processo ocorre de maneira mais rápida", afirmou o deputado. De acordo com Alencar, o Conselho pode trabalhar até durante recessos da Câmara e, ao final, decidir colocar em votação uma possível cassação do mandato de Bethlem.

Para o deputado do Psol, as denúncias contra Bethlem são caso para cassação de mandato. Na opinião dele, a possibilidade de o peemedebista desistir de concorrer à reeleição para deputado, levantada pelo governador Luiz Fernando Pezão na quarta-feira, indicam que ele quer se desvencilhar das acusações. "Ele está querendo mergulhar com essa história de desistir da candidatura, saindo para que o caso seja esquecido. Mas é caso para cassação, porque ele usou a função pública para obter vantagens pessoais e desviou recursos públicos. Há elementos de quebra de decoro parlamentar", afirmou Alencar.

Caso o Conselho de Ética entenda que a representação do Psol deve ser admitida, será escolhido um relator para o caso, que não pode ser nem do partido de Bethlem, o PMDB, nem do estado dele (Rio).

Alencar espera que mesmo em época de campanha eleitoral, em que os trabalhos na Câmara ficam prejudicados, o caso seja investigado. Segundo ele, mesmo com o pedido de representação ao Conselho de Ética, o procedimento aberto na corregedoria da Câmara continua.

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No último fim de semana, as revistas Época e Veja publicaram reportagens com base em gravações de conversas do deputado com a ex-mulher, na qual ele afirma que ele teria recebido da ONG Casa Espírito Teslo cerca de R$ 100 mil por mês durante o prazo do convênio. Em outra gravação, Bethlem afirma à ex-mulher, a empresária Vanessa Felippe, que foi muito "útil" ao empresário Jacob Barata, conhecido como "rei do ônibus". Vanessa entregou à revista Época anotações que sugerem que Barata doou dinheiro para campanha eleitoral de Bethlem.

Fonte: Terra
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